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domingo, novembro 23, 2025

‘Progredimos, ainda que modestamente’, diz Marina Silva no encerramento da COP30

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Em discurso representando o Brasil na plenária de encerramento da COP30, a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, reconheceu que os resultados das conferências da ONU têm ficado aquém do desejado, mas destacou avanços e manteve o tom de quem continuará defendendo a agenda da sustentabilidade ambiental sem se abater.

“Progredimos, ainda que modestamente”, disse a ministra sobre os resultados observados na COP30. Na visão de Marina Silva, a conferência não conseguiu chegar a consensos sobre os “mapas do caminho” para afastar a economia global dos combustíveis fósseis e para zerar o desmatamento. Por outro lado, houve avanços em relação à agenda de adaptação e financiamento climático.

“O texto do mutirão global abriu uma porta importante para o avanço da adaptação, com o compromisso dos países desenvolvidos de triplicarem o financiamento até 2035. Esse esforço incluiu, também instrumentos para endereçarmos a lacuna de ambição das NDCs [Contibuições Nacionalmente Determinadas], como o Acelerador Global de Implementação”, declarou.

A ministra brasileira, que esteve presencialmente em Belém desde a cúpula de líderes mundiais prévia à COP30, mencionou diretamente na sua lista de avanços o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), mecanismo idealizado pelo Brasil na COP28 e que em Belém somou compromissos de aportes de mais de US$ 6,5 bilhões de países desenvolvidos e em desenvolvimento para financiar a preservação de florestas em 70 países.

O TFFF ainda precisa chegar a US$ 10 bilhões em aportes soberanos de outros países para começar a se alavancar com emissão de títulos de dívidas, uma condição imposta pela Noruega, mas ter reunido os US$ 6,5 bilhões até o fim da COP30 foi visto como um resultado positivo pelo governo brasileiro e também por especialistas.

Marina Silva também enalteceu a participação de povos indígenas, comunidades tradicionais e afrodescendentes que marcaram presença em Belém em manifestações e passeatas fora do espaço oficial da conferência da ONU.

Ao fazer um balanço rápido das últimas três décadas de grandes eventos internacionais relacionados ao clima, Marina Silva, que iniciou sua carreira como ambientalista em defesa da preservação do meio ambiente, reconheceu que sua luta gerou menos vitórias do que gostaria, mas manteve o ânimo.

“Se pudéssemos voltar no tempo e conversar com nós mesmos na Rio-92, o que aquelas versões de nós nos diriam ao olharem para os resultados de hoje? Certamente nos diriam, antes de tudo, que sonhávamos com muito mais resultados”, disse a ministra ainda no início do discurso. “Mas, mesmo que aquelas versões de nós mesmos nos dissessem que não fomos tão longe quanto imaginávamos e seria necessário, reconheceriam algo fundamental. Ainda estamos aqui”, complementou mais adiante.

“Voltando ao nosso encontro com nós mesmos, creio que podemos mostrar, hoje, que apesar dos atrasos, das contradições e das disputas, há uma continuidade entre aquela ambição da Rio-92 e o esforço presente”, continuou.

No fechamento do discurso, a ministra agradeceu a vinda das delegações dos países ao Brasil e arrancou aplausos de pé da plenária ao ressaltar o esforço em realizar a COP30 na Amazônia. “Muito obrigada por visitarem a nossa casa, o coração do planeta. Talvez não os tenhamos recebido como vocês merecem, mas recebemos da forma como achamos que é o nosso gesto de amor à humanidade e ao equilíbrio do planeta”.

Marina da Silva no encerramento da COP30 com Mauricio Lyrio (esq) e João Paulo Capobianco (dir.) — Foto: Fernando Donasci/MMA

[Fonte Original]

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