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domingo, novembro 16, 2025

Nova bomba de combustível antifraude começa a ser instalada em postos

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As fraudes em postos de combustíveis voltaram ao centro do debate depois que a força-tarefa Carbono Oculto mobilizou 1.400 agentes e atingiu 350 alvos em oito estados. O esquema, segundo as investigações, girava bilhões em sonegação, lavagem de dinheiro e adulteração de bombas. O impacto foi tão grande que reacendeu uma preocupação antiga entre motoristas: até onde vai a manipulação nos abastecimentos?

Em meio a esse cenário, uma solução criada no país ganhou força: a bomba medidora criptografada. Ela terá adoção obrigatória em todos os postos brasileiros até 2029 e mira diretamente uma das práticas mais sorrateiras do setor, o chamado “golpe da bomba baixa”.

O que muda com a nova bomba de combustível?

Hoje, três frentes concentram as principais irregularidades: adulteração do combustível, manipulação da medição e sonegação de impostos. Entre elas, a mais difícil de identificar é a bomba baixa, um truque que interfere nos pulsos enviados do medidor para o visor. Parece algo invisível, e geralmente é — o motorista paga por 40 litros, mas recebe menos sem ter como perceber ali, na hora.

É justamente nesse ponto que a nova bomba promete virar o jogo.

Camadas extras de proteção

O modelo criptografado valida cada abastecimento por meio de uma assinatura digital, uma espécie de carimbo eletrônico único para cada operação. Qualquer tentativa de mexer no sistema resulta em falha imediata ou travamento do equipamento.

O pacote também inclui monitoramento remoto, memória inviolável e bloqueio dos cabos de automação, áreas historicamente vulneráveis e exploradas por fraudadores. Isso deve restringir bastante as margens para manipulação eletrônica.

Onde a tecnologia já está disponível

São Paulo saiu na frente. O estado soma 171 postos equipados com o novo sistema, sendo 15 na capital. Ao todo, 445 bombas criptografadas já estão em funcionamento.

Para facilitar a vida do consumidor, o Ipem-SP lançou a campanha Bomba Segura e disponibilizou um painel interativo que mostra, por cidade, os endereços certificados. O superintendente Marcos Heleno Guerson de Oliveira Junior afirma que a consulta amplia a transparência, permitindo ao motorista escolher postos verificados e ter maior segurança de que o volume pago corresponde ao entregue.

Esse tipo de informação cria um parâmetro técnico que pode influenciar diretamente a decisão de onde abastecer.

Custos, financiamento e cronograma

De acordo com Emerson Kapaz, presidente do Instituto Combustível Legal (ICL), o preço da bomba criptografada fica entre 20% e 30% acima dos modelos tradicionais. O setor discute possibilidades de financiamento pelo BNDES para acelerar a troca.

O cronograma nacional prevê que todos os postos deverão se adequar até 2029. Até lá, a nova tecnologia ainda será exceção.

Como reduzir riscos até 2029?

Enquanto o processo de modernização avança, o consumidor pode adotar cuidados simples para minimizar riscos — especialmente em regiões onde as novas bombas ainda não chegaram. Vale a pena observar:

  • Desconfie de preços muito abaixo da média local.
  • Evite promoções que aceitem apenas dinheiro ou aplicativos desconhecidos.
  • Peça sempre a nota fiscal da operação.
  • Verifique o selo do Inmetro ou do Ipem na bomba.
  • Solicite o teste de medida-padrão de 20 litros, disponível no posto.
  • Guarde os registros de compra para facilitar eventuais reclamações.

Sinais de alerta

Kapaz destaca um ponto importante: quem frauda em uma área costuma fraudar em outras. Se o posto tentar evitar o registro da venda, apresentar práticas estranhas ou dificultar verificações, a orientação é clara — mude de estabelecimento imediatamente e informe o caso aos órgãos de fiscalização da sua cidade.

*Com informações do UOL.

[Fonte Original]

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