O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse neste sábado (15) que a porcentagem de exportações para os Estados Unidos sem alíquotas adicionais subiu de 23% para 26% com a nova isenção das “tarifas recíprocas” anunciadas pelo governo de Donald Trump na sexta-feira (14). Alckmin afirmou que ainda há uma “avenida” de trabalho pela frente, para corrigir o que ele chamou de “distorções” nas tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos.
Os três pontos percentuais a mais equivalem a US$ 1,2 bilhão aproximadamente. Tarifas adicionais são aquelas impostas por Trump desde o início do segundo mandato. A declaração foi feita em entrevista coletiva no Palácio do Planalto após o governo dos EUA anunciar uma lista de produtos agrícolas que serão isentos das tarifas de 10% impostas em abril.
Alckmin reconheceu que a ordem executiva de Trump foi “positiva e na direção correta”, mas que o Brasil ainda vai trabalhar para excluir mais ou reduzir totalmente as chamadas “tarifas punitivas” de 40%, impostas pelo governo de Donald Trump em razão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) por uma tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022.
Alckmin disse que a retirada das “tarifas recíprocas” de 10% beneficia café, carnes e frutas. Também ressaltou que um setor muito atendido foi o de suco de laranja, cuja taxação foi zerada. Contudo, segundo o vice-presidente, ainda é necessário trabalhar para excluir mais ou reduzir totalmente as chamadas “tarifas punitivas” de 40%, que foram impostas pelo governo de Donald Trump em razão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) opr uma tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022.
A jornalistas, o vice-presidente destacou a “força” do comércio exterior brasileiro, considerando que a decisão do governo norte-americano foi “positiva” e “na direção correta”. Alckmin ainda ressaltou a importância da conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Trump, além do encontro entre o chanceler Mauro Vieira e secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
O vice-presidente seguiu dizendo que o Brasil é o maior fornecedor de café dos EUA e, por isso, enxerga espaço para um “bom trabalho”. Por fim, afirmou que vai aguardar os próximos passos, mas ressaltou o otimismo de que haverá novos avanços.
“O presidente Lula sempre orientou diálogo e negociação, não tem tema proibido. Também teve a sensibilidade do governo americano. A iniciativa privada, do Brasil e dos EUA, também tem ajudado”, completou Alckmin.
O anúncio do governo norte-americano feito na última sexta-feira (14) ocorre em meio à insatisfação dos americanos com os altos preços dos alimentos no país.
Entre os produtos divulgados pela Casa Branca estão a carne bovina e o café, importantes itens de exportação do Brasil para os EUA e que estão sendo duramente afetados pelas tarifas impostas por Trump ao país.
As isenções reduzirão as tarifas comerciais sobre essas commodities agrícolas que, segundo a Casa Branca, não podem ser produzidas em quantidade suficiente nos EUA para atender à demanda interna.
Além de café e carne bovina, centenas de produtos alimentícios — como abacate, abacaxi, banana, castanhas e tomate — foram listados pelo governo como beneficiários da medida, que entrou em vigor retroativamente às 02h01 (horário de Brasília).
Em 2 de abril, Trump anunciou uma taxa de 10% sobre as exportações do Brasil aos EUA, além de alíquotas específicas sobre outros vários países.
Posteriormente, porém, o presidente norte americano aplicou uma “tarifa punitiva” de 40% sobre os produtos brasileiros, atribuindo a alíquota extra ao julgamento de Bolsonaro, condenado pelo STF por uma tentativa de golpe de Estado.
Com isso, a tarifa aplicada ao Brasil subiu para 50%. A Casa Branca recuou um pouco na ocasião ao divulgar uma lista com 700 exceções. Ainda assim, importantes itens do comércio entre os dois países ainda ficaram com alíquotas mais altas.