As bolsas de Nova York abriram em firme queda nesta terça-feira, com investidores reagindo ao alerta de executivos de Wall Street sobre os preços elevados das ações e depois que os resultados da Palantir Technologies, considerada um termômetro para inteligência artificial, decepcionaram o mercado. Em evento nesta terça em Hong Kong, CEOs de grandes bancos americanos disseram ver a possibilidade de uma queda significativa no mercado de ações em breve, após o forte rali dos últimos meses.
Por volta das 11h35 (de Brasília), o índice Dow Jones tinha queda de 0,93%, aos 46.896,41 pontos, o S&P 500 cedia 1,20%, aos 6.770,03 pontos, e o Nasdaq caía 1,66%, aos 23.440,298 pontos. Entre os setores, tecnologia (-1,86%) liderava as perdas, com as ações da Palantir Technologies recuando 9,71%.
Ted Pick, CEO do Morgan Stanley, e David Solomon, do Goldman Sachs, estiveram entre os executivos de Wall Street que, durante uma conferência em Hong Kong, afirmaram que os mercados podem estar prestes a sofrer uma correção superior a 10% nos próximos 12 a 24 meses. Mike Gitlin, presidente da Capital Group, disse que os lucros corporativos estão sólidos, mas os valuations elevados são um problema.
Após a queda do “Dia da Libertação” de Donald Trump, em abril, os principais índices de ações de Nova York engataram em uma forte recuperação, com ganhos liderados pelo setor de tecnologia. O Nasdaq acumula uma valorização de mais de 20% no ano. Com as bolsas sucessivamente atingindo novos recordes, parte do mercado já vinha se questionando sobre a sustentabilidade desse rali e até mesmo a possibilidade de uma bolha na inteligência artificial.
Contribuindo para o sentimento negativo entre os investidores, o “guidance” (projeções) da Palantir Technologies não agradou. “Os resultados da empresa foram bons, mas os mercados se mostraram decepcionados com a falta de visibilidade em relação às projeções para todo o ano de 2026”, afirma Jim Reid, do Deutsche Bank, destacando que a empresa acumula uma valorização de mais de 150% na bolsa neste ano.