Ventos favoráveis para o Brasil devem soprar na primeira metade de 2026, impulsionados por condições globais benignas, perspectiva de afrouxamento monetário e empresas com “valuations” (avaliação de valor justo) atrativos, afirma o UBS Wealth Management.
Em relatório apresentado nesta terça-feira (25), durante o UBS WM Latin America Summit, o grupo de private banking e de gestão de fortunas divulgou detalhes sobre sua aposta nas ações no Brasil, que considera entre os ativos mais promissores desse ciclo. Há perspectiva de aportes de investidores, dentro da estratégia global de alocação do UBS, com a classificação desses ativos como “atrativos”.
Mesmo com o rali que fez o desempenho do mercado de ações brasileiro um dos melhores de 2025, o “valuation” das empresas ainda tem espaço para aumentar, e até retornar à média histórica, o que o UBS espera que ocorra no próximo ano.
Um ciclo de juros mais baixos nos Estados Unidos, o enfraquecimento do dólar, o crescimento global resiliente e boas perspectivas para o mercado de commodities compõem um cenário externo benigno para o Brasil.
Do lado doméstico, a moderação da inflação e do crescimento da atividade abrem espaço para corte nas taxas de juros — que deve ocorrer em março ou abril, diz o UBS — , com alívio das condições financeiras internas. As eleições, porém, serão um motor da volatilidade a partir de abril, quando a corrida eleitoral começa.
“Por toda a América Latina, o pêndulo está se distanciando da ‘onda rosa’ esquerdista em direção a lideranças mais favoráveis ao mercado. Ainda assim, o eleitorado brasileiro segue polarizado e a corrida continua competitiva”, afirma a equipe do UBS no relatório. A perspectiva de uma mudança de política econômica nas próximas eleições torna o mercado brasileiro mais atrativo para os investidores globais, de acordo com a UBS. Seja qual for o resultado do pleito, será necessário um “programa de consolidação fiscal crível” no pós-eleições para manter o rali durante a segunda metade do ano e em 2027.
*Participante do Curso Valor de Jornalismo Econômico, sob supervisão de Adriana Cotias