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terça-feira, novembro 4, 2025

Favoritos em NY, democratas enfrentam teste eleitoral

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Os americanos vão às urnas hoje para eleger prefeitos de importantes cidades e governadores estaduais, um pleito visto como a largada da campanha para as eleições de meio de mandato de 2026 e como crucial para os democratas, que tentam recuperar parte do terreno perdido para Donald Trump.

Estão em jogo o comando de cidades como Nova York, Boston e Atlanta, tradicionalmente governadas pelos democratas, e de Estados como a Virgínia, atualmente sob um governo republicano, e Nova Jersey, que alterna na preferência entre os dois partidos.

A disputa é vista como um referendo antecipado sobre o segundo mandato de Trump, mesmo que sem que ele esteja nas cédulas de votação, e como um teste para avaliar quais mensagens de campanha podem mobilizar os eleitores para a votação que renovará parte da Câmara dos Deputados e do Senado no ano que vem.

Com sérias dificuldades de reagir às ações de Trump, os democratas recorreram à principal estrela do partido, o ex-presidente Barack Obama, para ajudar seus candidatos a reconquistar locais dominadados pelos republicanos e começar a construção de uma mensagem para ter de volta o controle do Congresso em 2026.

Já Trump, para quem o controle quase sem restrições de Washington estará em jogo no próximo ano, tinha permanecido grande parte do tempo fora da disputa. No entanto, às vésperas das eleições e diante da possibilidade de derrotas dos republicanos, passou a fazer ligações de última hora para evitar um resultado desfavorável.

Na cidade de Nova York, o muçulmano e autodeclarado socialista Zohran Mamdani, de uma ala mais à esquerda dos democratas, focou a campanha em questões relacionadas ao alto custo de vida na cidade. Chamado de “comunista lunático” por Trump, que ameaça cortar recursos para a cidade, Mamdani mantém uma vantagem de dois dígitos nas pesquisas para o ex-governador Andrew Cuomo, que recebeu ontem o apoio do presidente americano e que agora concorre como independente, e sobre o republicano Curtis Sliwa.

Nas disputas pelo governo da Virgínia e de Nova Jersey, os democratas recorreram a dois veteranos do Congresso, com histórico de votação de centro-esquerda e experiência em segurança nacional, mas cujas campanhas têm se centrado na economia, ao mesmo tempo em que tentam explorar a desaprovação de Trump.

Abigail Spanberger lidera as pesquisas contra a republicana Winsome Earle-Sears, vice-governadora da Virgínia, Estado vizinho à capital Washington e um dos mais afetados pelos cortes de gastos do governo federal, pelas demissões de servidores sob o Departamento de Eficiência Governamental (Doge) e pelo “shutdown”, prestes a completar 35 dias – recorde estabelecido no primeiro mandato de Trump.

Em Nova Jersey, a deputada democrata Mikie Sherrill e o empresário e ex-deputado estadual republicano Jack Ciattarelli fazem uma disputa acirrada, segundo as pesquisas, também focada no elevado custo de vida. Os democratas tendem a levar a vantagem, mas os conservadores apostam que a crescente popularidade de Trump no Estado – na contramão da queda da aprovação do presidente em nível nacional – ajude o candidato do partido a surpreender.

Outra votação importante ocorrerá na Califórnia, onde o governador democrata Gavin Newson pôs em votação um mapa redesenhado dos distritos eleitorais do Estado, que poderia garantir aos democratas cinco cadeiras extras nas eleições para a Câmara de 2026 – o que seria suficiente para compensar uma medida similar dos republicanos nos Texas. Pesquisas mostram que há grandes chances de o projeto ser aprovado.

Sob muitos aspectos, as eleições deste ano refletem a votação de 2021. Os republicanos estavam, na época, tentando se recuperar depois de terem perdido a Casa Branca e o Congresso para os democratas liderados por Joe Biden.

Enquanto o partido procurava uma mensagem para transmitir, na Virgínia um veterano executivo de Wall Street, Glenn Youngkin, percorreu o Estado com uma campanha sobre liberdades individuais sobre o controle do governo, maior envolvimento dos pais em questões escolares polêmicas e a revitalização de uma economia abalada pela pandemia.

Youngkin venceu. Diversas campanhas republicanas pelo país viram o sucesso de sua estratégia e repetiram sua mensagem, o que fez o partido reconquistar, por pouco, o controle da Câmara e travar a agenda legislativa de Biden.

Os democratas querem fazer a mesma coisa. Se foram bem-sucedidos, isso acabaria com a tríade de poder que os republicanos hoje detêm, lançando dúvidas sobre os planos políticos futuros de Trump.

“Quaisquer mudanças de clima que estejam acontecendo no país costumam se refletir neste ano seguinte à eleição presidencial”, disse Rich Meagher, professor e diretor do Departamento de Ciência Política do Randolph-Macon College. “E, você sabe, um ano ruim para Biden significou um ano ruim para os democratas, um ano ruim para Trump pode significar um ano bom para os democratas aqui. É mais ou menos isso que esperamos este ano”, acrescentou.

[Fonte Original]

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