A força do furacão Melissa, que devastou a Jamaica na última semana com ventos que chegaram a cerca de 300 km/h, revela que fenômenos desse tipo estão se tornando mais potentes, e frequentes, por conta das alterações climáticas, conforme um estudo divulgado hoje por um grupo de cientistas da World Weather Attribution (WWA), um consórcio de pesquisadores de diferentes países.
Segundo os cientistas, as mudanças climáticas aumentaram a frequência dessas tempestades aumenta em cinco vezes em média, na comparação com um clima 1,3°C mais frio.
A crise climática também é responsável por intensificar os ventos de tempestades como o furacão Melissa em até 7%. Na semana passada, ao tocar o solo jamaicano, os ventos do furacão chegaram a cerca de 300 km/h, atingindo a categoria 5, a mais alta na escala Saffir-Simpson.
Os cientistas identificaram também que “eventos de chuva intensa de 5 dias”, como o Melissa, estão 30% mais intensos e duas vezes mais prováveis de ocorrer na Jamaica, no clima atual, que está 1,3ºC mais quente do que num cenário sem as mudanças climáticas.
Em Cuba, outra região devastada pelo furacão, os números são ainda maiores: 50% de aumento na intensidade e ocorrência nove vezes maior.
Fatores como as alterações nas condições atmosféricas e na temperatura dos oceanos, não só favorecem a formação de furacões, mas também tornam esses eventos mais intensos, e mais destrutivos.
“As condições propícias à formação de furacões estão se tornando mais intensas à medida que o planeta aquece. Constatamos que as mudanças climáticas aumentaram a probabilidade de condições tão extremas quanto as observadas em outubro de 2025 em cerca de seis vezes”, dizem os pesquisadores.
O governo da Jamaica estima que os danos do furacão Melissa sejam equivalentes a um terço do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Ao todo, 61 pessoas morreram em decorrência da tempestade, além de deixar outros milhares deslocados nas regiões atingidas.
06/11/2025 12:48:01