Os juros futuros encerraram o pregão desta sexta-feira (7) bastante próximos dos ajustes da sessão anterior, em um dia marcado pela baixa oscilação dos ativos locais. Houve pouca liquidez nos negócios hoje, na ausência de indicadores econômicos nos Estados Unidos devido ao “shutdown” (paralisação parcial do governo americano) e da espera dos agentes financeiros pela ata da última reunião de política monetária no Brasil.
No fim do dia, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 passou de 13,875% do ajuste anterior para 13,86%; a do DI para janeiro de 2029 oscilou de 13,09% para 13,055%; e a do DI para janeiro de 2031 caiu de 13,40% para 13,37%.
No exterior, a tônica da sessão foi a mesma. O rendimento da T-note de 10 anos oscilou de 4,088% para 4,092%, em uma variação bastante discreta, em meio à ausência de indicadores econômicos devido à paralisação do governo americano. Vale apontar que, em indicadores produzidos por outras instituições, o índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan recuou a 50,3 pontos, em seu menor nível desde 2022.
“A sessão começou com os participantes cientes de que a emoção seria escassa. A liquidez foi fraca desde a abertura, e isso se tornou a história do dia”, aponta o profissional da tesouraria de um banco. Ele nota a baixa presença do investidor estrangeiro na sessão de hoje e, no fim do dia, o mercado acabou perdendo um pouco de prêmio e as taxas fecharam em ligeira queda.
Assim, a divulgação da ata da próxima semana pode trazer novas informações aos participantes do mercado e justificar alguma ação mais contundente nos preços.
“Podemos finalmente descobrir se a reforma do imposto de renda foi incorporada ao modelo [do Copom], uma percepção que pode ser bastante reveladora. Se a projeção estiver em 3,3% com imposto de renda já incorporado, será visto como um bom sinal de que um corte em janeiro segue na mesa. Caso a projeção esteja em 3,3%, mas sem a incorporação do imposto de renda, a barra para um corte em janeiro deve ficar mais elevada”, nota.
Outros agentes também seguem monitorando a comunicação conservadora do Banco Central. Segundo o Bradesco, os estímulos econômicos que devem chegar em 2026 se apresentam mais como um risco para o tamanho do ciclo de corte de juros do que para o cumprimento do arcabouço fiscal.
Assim, enxergando sinais de uma desaceleração moderada da atividade, a equipe econômica do banco, liderada por Fernando Honorato, revisou sua estimativa para a Selic no ano que vem de 11,75% para 12%.
“A comunicação do Banco Central e a desaceleração moderada da atividade devem fazer com que o corte de juros se inicie de forma mais lenta. O corte de juros deve começar de forma bastante gradual, respondendo, em parte, à melhora das expectativas, mas mantendo os juros reais praticamente inalterados no início do processo. Assim, mantivemos a expectativa de um primeiro corte em janeiro, porém em menor magnitude, de 0,25 pp, levando a taxa Selic a 12% ao final do próximo ano – ainda um patamar restritivo”, apontam os economistas do banco.