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sábado, novembro 15, 2025

Juros futuros longos sobem e curva volta a inclinar com pressão externa

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A curva de juros futuros voltou a inclinar no pregão desta sexta-feira (14), após as taxas fecharem em leve queda na ponta curta, ao passo que os vértices de médio e longo prazo subiram, pressionados pelo movimento dos títulos do Tesouro americano (Treasuries ).

Sem direcionadores locais e com uma liquidez mais baixa, o mercado doméstico de renda fixa se guiou pela tendência externa ao longo do pregão e não sustentou a melhora observada no começo da tarde, em meio a relatos de fluxo estrangeiro por participantes do mercado.

Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2027 teve queda de 13,645%, do ajuste anterior, para 13,625%; a do DI de janeiro de 2029 subiu de 12,815% a 12,835%; e a do DI de janeiro de 2031 registrou leve alta de 13,165% para 13,175%.

Nos Estados Unidos, o rendimento da T-note de dez anos exibia avanço de 4,126% a 4,151% no fim da tarde, enquanto o do T-bond de 30 anos ia de 4,701% para 4,751%.

Ainda sem dados para guiar as expectativas dos agentes em razão do recém-encerrado “shutdown” do governo americano, falas de teor conservador de dirigentes do Federal Reserve (Fed) colocaram em xeque as apostas por um novo corte de juros nos Estados Unidos este ano — algo que tem impactado a curva local. Nesta sessão, a precificação pela manutenção da taxa dos Fed funds no intervalo de 3,75% a 4% superou a aposta por outro corte de 0,25 ponto percentual, com chances de 54% a 46%, segundo dados do CME Group.

Para a economista Shruti Mishra, do Bank of America, a decisão do Fed em dezembro dependerá da disponibilidade de dados após o fim do shutdown. “Se eles ainda estiverem operando em uma névoa de dados na reunião de dezembro (o que provavelmente acontecerá), eles podem hesitar em cortar novamente (em linha com nossa visão e com o que o presidente [Jerome] Powell indicou em setembro). No entanto, se eles acabarem tendo os dados, o foco será mais no mercado de trabalho do que na inflação”, diz ela, que vê um corte como certo caso a taxa de desemprego suba a 4,5% “muito rapidamente”.

No cenário doméstico, os investidores seguem otimistas com a visão de que o ciclo de cortes da Selic deve se iniciar entre janeiro e março do ano que vem, com uma redução total de 2,5 a 3 pontos percentuais dos juros básicos ao longo de 2026.

Tal visão foi corroborada por economistas que participaram das reuniões privadas com diretores do Banco Central nesta sexta-feira. Segundo um dos participantes do encontro, houve um consenso claro de que há uma visão construtiva sobre o processo de desaceleração da atividade e da inflação, o que abrirá espaço para os cortes da taxa Selic, seja na reunião de janeiro ou de março do Copom.

“Reconheceram que a desinflação começou com os componentes de alimentação e [ligados ao] câmbio, mas agora está começando a chegar nos serviços”, diz essa fonte, em condição de anonimato.

O otimismo dos investidores acerca do ciclo de cortes da taxa Selic tem segurado os juros futuros de curto prazo mesmo em dias de maior estresse na curva a termo. Se hoje o ambiente global pressionou as taxas, ontem o leilão de 31,5 milhões de títulos prefixados do Tesouro Nacional adicionou o maior risco para ofertas do tipo ao mercado desde dezembro de 2020. Com isso, a curva de juros encerra a semana com dois pregões de inclinação da sua estrutura a termo e em uma nota menos positiva do que o começo da semana indicava, quando a ata do Copom e o IPCA de outubro alimentaram as expectativas por cortes de juros.

— Foto: Declan Sun/Unsplash

[Fonte Original]

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