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terça-feira, novembro 4, 2025

Juros futuros têm leve alta alinhados com o movimento externo

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Os juros futuros encerraram o pregão desta segunda-feira (3) em ritmo moderado de alta, seguindo o movimento dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) em um dia de baixas volatilidade e liquidez no mercado doméstico de renda fixa. Na ausência de direcionadores locais, os investidores mantiveram uma postura mais cautelosa às vésperas da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Ao fim da sessão, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento de janeiro de 2027 foi de 13,85%, do ajuste anterior, para 13,875%; a do DI de janeiro de 2029 oscilou de 13,075% a 13,08% e a do DI de janeiro de 2031 avançou de 13,35% para 13,375%.

Nos Estados Unidos, o rendimento da T-note de dez anos subiu de 4,079% a 4,106%, enquanto o do T-bond de 30 anos subiu de 4,655% para 4,682%.

Desde o começo do pregão as taxas domésticas se guiaram pelo ambiente externo, à medida que os investidores americanos colocam nos preços a postura mais conservadora de dirigentes do Federal Reserve (Fed), incluindo o presidente Jerome Powell, desde a decisão da entidade na semana passada. Ao não garantirem um novo corte de juros nos Estados Unidos em dezembro, o mercado passou a precificar uma política monetária menos acomodatícia do que se esperava anteriormente.

Por aqui, o tom nos negócios foi de cautela antes da decisão do Copom na quarta-feira. Dados recentes do mercado de trabalho mostraram força da economia brasileira e arrefeceram a expectativa por uma suavização do discurso do colegiado, após surpresas positivas na inflação corrente e nas expectativas do mercado.

O Boletim Focus desta segunda-feira trouxe ajustes modestos de queda nas projeções dos agentes. A previsão mediana para o IPCA de 2025 oscilou de 4,56% a 4,55%, enquanto a de 2026 manteve-se em 4,20%. Para 2027, houve um leve recuo de 3,82% a 3,80% e, para o IPCA de 2028, o mercado reduziu a sua projeção de 3,54% a 3,50%.

“Os dados do mercado de trabalho referentes a setembro, publicados no final da semana passada, tinham o potencial de fazer o Copom mudar o discurso na reunião desta semana, caso seguissem apontando inequivocamente para um esfriamento. Foram, porém, inconclusivos: o Caged voltou a mostrar criação forte de empregos formais, enquanto a Pnad Contínua seguiu mostrando queda na população ocupada (e leve alta no desemprego)”, escreve o economista-chefe da Neo Investimentos, Luciano Sobral, em publicação no LinkedIn.

Para ele, o Copom deve notar o avanço das expectativas de inflação para níveis mais próximos da meta de 3%, mas dado que ainda seguem distantes deste objetivo, isso não será suficiente para que o colegiado sinalizasse algo diferente do que a “intenção de manter a Selic em 15% ainda por muitos meses – na nossa visão, até março de 2026”.

Na mesma linha, o economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont, diz não ver razão para o Copom mudar sua postura no momento. “Dado que começou a colher os frutos de uma política mais dura agora (com Focus começando a cair, finalmente), por que mudar?”, questiona. “Portanto, um pouco mais de cautela ao BC não faria mal. Pelo contrário.”

De fato, conforme mostrou a pesquisa realizada pelo Valor com 120 instituições do mercado, houve uma redução relevante do número de casas que projetavam o primeiro corte de juros para dezembro, ao passo em que parte das apostas de que a primeira redução da Selic ocorreria em janeiro migrou para março.

— Foto: Gerd Altmann/Pixabay

[Fonte Original]

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