REUTERS/Dado Ruvic
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A Bunge Global superou as estimativas de Wall Street para o lucro ajustado do terceiro trimestre, ao divulgar resultados nesta quarta-feira, já que o fechamento de sua aquisição da Viterra no início do trimestre impulsionou os volumes, enquanto as margens de processamento de sementes oleaginosas melhoraram.
As fortes exportações de soja da América do Sul impulsionaram os resultados do segmento de processamento de soja e refino da Bunge, depois de colheitas abundantes na Argentina e no Brasil. No período, a China, principal importador de soja, evitou os suprimentos dos Estados Unidos devido às crescentes tensões comerciais.
A melhora nos lucros ocorre em um momento em que a Bunge e seus pares do setor de agronegócios têm enfrentado uma ampla oferta de safras globais e margens reduzidas, em meio a ameaças tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, que abalaram o comércio global.
O lucro ajustado da Bunge de US$2,27 por ação para os três meses encerrados em 30 de setembro foi o menor resultado do terceiro trimestre desde 2019, embora tenha superado a estimativa média dos analistas de US$2,09 por ação, de acordo com dados compilados pela LSEG.
A Archer-Daniels-Midland, comerciante rival de grãos, reduziu sua perspectiva de lucro para 2025 na terça-feira, atingindo o nível mais baixo em seis anos, já que a incerteza comercial e política minou a demanda e corroeu as margens.
A Bunge concluiu sua fusão com a Viterra, da Glencore, em julho, reforçando sua capacidade de comercialização e originação de safras e expandindo seus negócios de processamento de soja na Argentina.
O segmento de processamento de soja da empresa registrou um lucro trimestral ajustado de US$478 milhões, um ganho de 67% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, enquanto o lucro da unidade de processamento e refino de sementes mais do que dobrou.
O lucro da divisão de moagem e comercialização de grãos da Bunge aumentou 56%, já que os ganhos mais altos com moagem de trigo e frete marítimo mais do que compensaram os resultados ruins da comercialização de grãos.