Zohran Mamdani foi a grande surpresa das primárias democratas em Nova York. Aos 33 anos, o deputado estadual do Queens derrotou o ex-governador Andrew Cuomo e garantiu a indicação do Partido Democrata para disputar a prefeitura da maior cidade dos Estados Unidos. Atualmente, ele lidera as pesquisas, com dez pontos de vantagem sobre Cuomo, que concorre como candidato independente.
Autodeclarado um “socialista democrata”, Mamdani afirmou em entrevista à emissora NBC News que seu objetivo é “construir uma cidade mais justa e igualitária”. Em junho, ele também rejeitou as críticas do presidente Donald Trump, que o chamou de comunista.
“Eu me considero um socialista democrático”, declarou em entrevista.
Mamdani é um dos novos rostos da ala mais radical do Partido Democrata, que defende o fim dos bilionários nos Estados Unidos e impostos mais altos sobre os mais ricos. Mas sua própria campanha contrasta com esse discurso. Segundo levantamentos feitos pela Fox News e pelo jornal New York Post, o deputado socialista está sendo impulsionado para disputar o cargo de prefeito em Nova York por uma rede de grupos políticos financiados, em parte, por organizações do bilionário progressista George Soros, conhecido por destinar grandes somas de dinheiro a causas de esquerda em vários países.
De acordo com documentos fiscais da campanha de Mamdani, citados pelo New York Post e pela Fox News, recursos da Open Society Foundations – atualmente dirigida por Alex Soros, filho do bilionário George Soros – têm sido usados para financiar entidades norte-americanas que atuam na promoção de sua candidatura. Entre essas organizações estão o Working Families Party, pequeno partido que, segundo a imprensa americana, foi decisivo para a vitória de Mamdani nas primárias democratas, além de grupos ligados ao ativismo progressista, como o Make the Road Action, o Community Voices Heard e o Jewish Voice for Peace Action, conhecidos por defender causas pró-imigração e posições críticas a Israel.
De acordo com o New York Post, o Working Families Party recebeu milhões de dólares em financiamento da família Soros, somando cerca de US$ 23,7 milhões da Open Society desde 2016. As demais organizações, incluindo o Make the Road Action, o Community Voices Heard e o Jewish Voice for Peace Action, acumularam aproximadamente US$ 14 milhões em repasses no mesmo período. Todas elas atuam ativamente na promoção da candidatura de Zohran Mamdani, organizando mobilizações, campanhas de arrecadação de fundos e treinamento de voluntários em distritos nova-iorquinos de maioria imigrante.
A emissora Fox News revelou que a estrutura política para a promoção de Mamdani em Nova York começou a ser articulada ainda em 2017, quando ele se aproximou de uma ativista de esquerda chamada Linda Sarsour, fundadora da ONG MPower Change – que atua na promoção da cultura islâmica nos EUA. Conhecida também por sua militância pró-Palestina e por declarações contra Israel, Sarsour se tornou uma das principais articuladoras de uma rede de organizações muçulmanas e socialistas que recebem, segundo a Fox News, recursos de grandes fundações progressistas americanas, incluindo a Open Society.
Antes de deixar a disputa pela prefeitura de Nova York, o atual prefeito Eric Adams criticou publicamente Zohran Mamdani por, ao mesmo tempo em que defende o fim dos bilionários, receber apoio de bilionários e fundações progressistas internacionais.
“Mamdani ataca quem cria empregos e riqueza enquanto é sustentado por bilionários e pelas mesmas redes que diz combater”, afirmou ao New York Post à época. “Você não pode falar em justiça social com uma mão e aceitar milhões da elite global com a outra.”
A eleição para a prefeitura de Nova York ocorre nesta terça-feira (4). Segundo pesquisas recentes, Mamdani lidera a intenção de voto com cerca de 35% a 46% das intenções de voto, enquanto Cuomo figura em torno de 25% a 33%, e o candidato republicano Curtis Sliwa (que Trump queria que desistisse do pleito) alcança cerca de 14% a 16%.