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terça-feira, novembro 11, 2025

Conhecimento Que Brota do Campo

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Foto: Divulgação

Profissionais do agro estão cruzando fronteiras, levando o conhecimento que conecta a produção agrícola ao avanço científico global.

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O agronegócio brasileiro está prestes a romper uma nova fronteira. Após consolidar sua posição como potência produtiva, com exportações que atingiram US$ 164,4 bilhões em 2024, equivalentes a 49% das vendas externas do país, o setor começa a se destacar também pela exportação de talentos. À medida que o mundo busca soluções para segurança alimentar, sustentabilidade e eficiência, cresce a demanda global por profissionais altamente qualificados no campo.

Há um movimento silencioso em curso: o da mobilidade internacional de especialistas do agro. Agrônomos, engenheiros agrícolas, veterinários, especialistas em fitossanidade, geneticistas, gestores de sustentabilidade e biotecnólogos estão cruzando fronteiras, levando o conhecimento que conecta a produção agrícola ao avanço científico global.

Essa camada profissional é estratégica porque transforma inovação em produtividade e traduz a ciência em resultados concretos, conectando laboratórios, startups e fazendas. Segundo a consultoria global McKinsey, o agronegócio brasileiro supera a média global em digitalização e sustentabilidade. Não à toa, a circulação desses talentos tornou-se tema estratégico em países desenvolvidos.

“O mundo está descobrindo o valor do profissional brasileiro do agro”, afirma Leonardo Leão, especialista em mobilidade global e CEO da Leao Group. “Ele une técnica e visão prática, criatividade e resiliência, uma combinação rara e altamente competitiva no cenário global.”

Foto: Divulgação

Leonardo Leão, CEO e fundador da Leao Group Global

Nos Estados Unidos, com o crescente foco na sustentabilidade, engenheiros agrônomos com especialização em técnicas sustentáveis estão em alta demanda, uma vez que o setor busca promover a agricultura regenerativa. Segundo o Bureau of Labor Statistics (BLS), a demanda por engenheiros agrícolas e outros profissionais do setor deve crescer cerca de 6% até 2032, com projeções que apontam para até 6 milhões de vagas em aberto até 2026.

O país desenvolveu rotas específicas de imigração baseadas puramente em qualificação profissional. Entre outubro de 2024 e maio de 2025, nos oito primeiros meses do ano fiscal, foram emitidos 4.333 Green Cards para brasileiros. Desses, 2.126 foram por vistos EB-1 e EB-2, para brasileiros com habilidades extraordinárias e grau acadêmico avançado, o que representa crescimento de 24,61%.

O visto EB-2 NIW (National Interest Waiver) representa uma oportunidade singular para profissionais do agro. O NIW permite que a pessoa que atenda aos critérios exigidos não precise sequer de um empregador ou oferta de trabalho nos EUA, qualificando-se para o Green Card apenas com base em seus méritos e na trajetória profissional. É um reconhecimento direto do valor estratégico que esses especialistas representam.

Canadá, Austrália e Portugal seguem caminhos semelhantes, desenvolvendo programas de residência permanente que priorizam qualificações técnicas sobre ofertas de emprego. É uma mudança de paradigma: países desenvolvidos reconhecem que atrair expertise em agronegócio sustentável é questão de segurança e estratégia nacional.

Para os brasileiros, a internacionalização de carreira vai além da busca por uma vaga no exterior. Exige planejamento de mobilidade global, quando credenciais e experiência são convertidas em direito de residência permanente. Nesse contexto, consultorias como a Leao Group têm auxiliado profissionais e executivos do agro a estruturar processos migratórios complexos, mostrando como suas qualificações atendem aos interesses estratégicos de outros países.

Segundo Leonardo Leão, o movimento não se resume a “deixar o Brasil”, mas a “expandir possibilidades”. “Cada profissional que conquista residência no exterior por mérito é um embaixador da inteligência agrícola brasileira. Ele demonstra ao mundo que o país é referência não apenas em produção, mas também em conhecimento e inovação”, destaca.

A nova fronteira do agro brasileiro não está apenas nos mercados que conquista, mas nas mentes que forma e exporta. Quando um engenheiro agrônomo brasileiro especialista em agricultura de precisão conquista residência permanente nos Estados Unidos sem oferta prévia de trabalho, algo maior está em curso: o reconhecimento de que o Brasil forma profissionais estratégicos para o futuro agrícola e alimentar do planeta.

Por décadas, o país exportou commodities. Agora, começa a exportar algo ainda mais valioso: a inteligência que as produz.



[Fonte Original]

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