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sábado, novembro 8, 2025

Na Fórmula 1, Sauber Prepara Era Audi E Define Papel De Bortoleto

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Sérgio Soares/RF1

Jonathan Wheatley, chefe de equipe da Sauber.

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Este sábado, 8, do GP de São Paulo de Fórmula 1 foi marcado por um dos momentos mais tensos do fim de semana: o acidente de Gabriel Bortoleto durante a Sprint. O brasileiro perdeu o controle na saída do Laranjinha e bateu forte, provocando bandeira vermelha. Apesar do impacto, saiu do carro ileso e foi aplaudido pelo público de Interlagos. O episódio aconteceu em meio a um fim de semana de emoções para a Stake F1 Team Kick Sauber, equipe que vive um período de transição rumo à sua nova fase: tornar-se oficialmente a Audi F1 Team a partir de 2026.

No comando dessa estrutura está Jonathan Wheatley, chefe de equipe da Sauber desde abril de 2025. O britânico acumula mais de 30 anos de experiência na Fórmula 1 e foi um dos nomes mais influentes da era vitoriosa da Red Bull, onde trabalhou por quase duas décadas e ajudou a consolidar o padrão de excelência operacional que marcou o time nos pit stops e nas estratégias de corrida.

Em entrevista exclusiva à Forbes Brasil, Wheatley falou sobre o clima em Interlagos e o significado de correr com um piloto brasileiro. “Eu amo essa corrida. O público brasileiro é diferente de qualquer outro. Minha primeira vez aqui foi em 1992, quando Ayrton ainda corria, e eu adoro essa prova”, contou. Segundo ele, a equipe buscou preservar o foco de Bortoleto em meio ao assédio e à expectativa. “O mais importante era garantir que o Gabi pudesse se concentrar na pista. Todos foram muito respeitosos quanto a isso — inclusive os fãs.”

Ao fazer um balanço da temporada do estreante, o chefe de equipe destacou a evolução de Bortoleto. “Ele teve uma postura muito madura ao longo do ano, especialmente em circuitos difíceis. Às vezes é fácil esquecer que é a primeira temporada dele na Fórmula 1, porque ele tem feito um trabalho incrível em várias pistas”, avaliou.

Desde que chegou à Sauber, Wheatley vem se dedicando a estruturar processos e fortalecer a comunicação interna. “Algumas das ideias que eu tinha antes de chegar estavam erradas. Demorou alguns meses para entender exatamente como a equipe funcionava”, afirmou. “Depois de cerca de três meses, mudamos bastante a estratégia de comunicação dentro do time. A Fórmula 1 é um negócio muito exigente — é tudo sobre melhoria contínua.”

Com a experiência acumulada na Red Bull, Wheatley explica que seu papel vai além do curto prazo. “Há um efeito imediato que você pode gerar — dar confiança, mudar pequenas decisões estratégicas —, mas o foco principal é preparar a equipe para o momento em que estivermos lutando por vitórias e campeonatos. É preciso pensar onde queremos estar em cinco anos, não apenas nas próximas cinco corridas.”

A transição para a Audi

Sobre a transição para a Audi, ele descreve o projeto como um dos mais empolgantes do esporte. “A entrada da Audi na Fórmula 1 é o acontecimento mais importante do esporte hoje. É uma das principais montadoras globais ingressando em um campeonato que vive um momento de enorme vitalidade”, afirmou. Segundo Wheatley, o projeto é sustentado por três pilares: “um motor a combustão altamente eficiente, tecnologia híbrida avançada e combustíveis 100% sustentáveis — exatamente alinhados com o que a Audi já faz em sua linha de carros de rua”.

A mudança já é visível. “Ampliamos o campus na Suíça porque há mais contratações acontecendo, e estamos construindo as bases de uma equipe campeã”, explicou. “O motor está na fase de testes de confiabilidade, e ainda neste ano vamos unir o chassi e o powertrain pela primeira vez como um carro da Audi. Mal posso esperar por esse momento.”

No campo corporativo, Wheatley reforça que a entrada da montadora vai muito além de um movimento esportivo. “A Audi está em um momento de expansão global, e a Fórmula 1 é uma vitrine estratégica para isso. É uma plataforma de tecnologia, de sustentabilidade e de marketing”, disse. “Mas, acima de tudo, a Audi está no automobilismo para vencer. É isso que a move. É o que sempre motivou a marca em todas as categorias em que competiu — e não será diferente na Fórmula 1.”

Wheatley encerrou a conversa com um olhar otimista sobre o futuro. “O Gabriel é um talento incrível. Estou muito feliz com o desenvolvimento dele, com sua postura e ética de trabalho. Ele tem tudo para ser campeão mundial. O futuro dele é brilhante — está apenas no começo dessa trajetória que vai nos levar, espero, a vitórias e campeonatos até o fim da década”, disse. “Os fãs brasileiros são apaixonados, e eu adoro isso. É inspirador. Para mim, o mais importante não é o fato de ele ser brasileiro — é o fato de ele ser rápido. E ele é realmente rápido.”

Sérgio Soares/RF1

GP São Paulo em Interlagos.

Ação na pista

O sábado no GP de São Paulo foi cheio de emoções e drama, começando pela corrida sprint. Disputada sob condições mistas no asfalto de Interlagos, após uma chuva durante a noite e no início da manhã, a prova teve a vitória de Lando Norris após sair da primeira posição e liderar de ponta a ponta. Porém, não sem antes de o britânico deixar uma “armadilha” para seu companheiro de equipe e rival pelo título mundial, Oscar Piastri.

O australiano acabou sendo o maior prejudicado de um erro de Norris na saída do S do Senna, no qual tocou na zebra e trouxe água ali represada para a pista. Piastri, terceiro naquele momento, escorregou no molhado e foi parar no muro na Curva do Sol. Além dele, Nico Hulkenberg e Franco Colapinto também escorregaram no local e bateram.

Assim, Norris aumentou sua liderança para nove pontos no mundial, e ainda cravou a pole position para o GP deste domingo, 9, na classificação realizada a tarde de sábado, apesar de errar em sua primeira volta no Q3. Kimi Antonelli sairá novamente de segundo, com Charles Leclerc em terceiro e Piastri em quarto. Lewis Hamilton foi apenas o 13º e Max Verstappen ficou no Q1, em 16º.

O brasileiro Gabriel Bortoleto deu o maior susto do dia, após sofrer um acidente de 57G no S do Senna na última volta da corrida sprint, enquanto tentava uma ultrapassagem sobre Alex Albon, valendo o 10º lugar. O piloto perdeu o controle de sua Sauber com o DRS aberto no fim da reta escorregando no molhado. Apesar disso, Bortoleto saiu soznho do carro, porém a equipe não conseguiu consertar o veículo para a classificação. Desta forma, o piloto largará de 20º e último no grid.



[Fonte Original]

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