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terça-feira, novembro 25, 2025

O indicador que decide o futuro do Bitcoin acaba de romper um nível crítico

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Resumo da notícia

  • mNAV crítico ameaça o suporte institucional do Bitcoin.

  • Empresas podem virar vendedoras após anos de compras.

  • Mercado entra em zona de risco se BTC cair.

O Bitcoin vive um momento decisivo, marcado por dúvidas sobre a força institucional que sustentou a maior parte do atual ciclo de alta. Uma análise recente do Time de Analistas Cripto da WeSearch indica que uma métrica pouco discutida fora dos círculos técnicos, o mNAV (Market-to-Net Asset Value), tornou-se a peça central para entender o comportamento das empresas que acumulam Bitcoin em suas tesourarias.

Segundo a pesquisa, essa métrica pode determinar não apenas a direção dos preços nas próximas semanas, mas também a manutenção do próprio modelo de acumulação institucional que impulsionou o mercado durante dois anos.

“Estamos diante de um ponto de inflexão que pode redefinir o papel das empresas de tesouraria no mercado”, afirmou o diretor de pesquisa Victor Alfa.

De acordo com ele, a relação entre o valor de mercado dessas companhias e o valor líquido dos Bitcoins que elas possuem chegou a uma zona crítica. Essa deterioração altera a dinâmica de compras e, em casos extremos, pode até transformar antigos compradores em potenciais vendedores.

O ciclo que virou

Durante boa parte do bull market recente, duas forças mantiveram a pressão compradora ativa: as empresas de tesouraria, como a Strategy (antiga MicroStrategy), e os ETFs de Bitcoin. As primeiras atuaram como amortecedores das quedas, absorvendo a oferta durante correções. Os ETFs, por outro lado, alimentaram movimentos explosivos de alta com entradas volumosas e rápidas.

Mas o quadro mudou de maneira abrupta. A WeSearch identificou que, no início de novembro, os ETFs passaram a registrar fluxos líquidos negativos, enquanto as empresas de tesouraria pausaram suas compras.

“O que antes funcionava como um colchão de liquidez desapareceu”, afirmou o analista. Essa paralisação reduziu o suporte histórico que limitava quedas e gerou um cenário mais vulnerável.

Segundo o relatório, este é o ponto no qual o mNAV assume protagonismo. Quando essa métrica cai abaixo de 1.0, o mercado passa a avaliar a empresa por menos do que o valor de seus Bitcoins. Nessas condições, emitir ações para comprar mais BTC — principal mecanismo usado pela Strategy — se torna inviável. Isso reduz a demanda estrutural do mercado e pode, em cenários extremos, pressionar as empresas a recomprar suas ações ou até a vender parte de seus Bitcoins.

Como o mNAV direciona o mercado

O cálculo do mNAV é simples, mas poderoso. Ele compara o valor de mercado da empresa com o valor líquido de seus ativos digitais. Quando o indicador está acima de 1.0, há prêmio; abaixo disso, há desconto. Prêmios altos permitem emissões de ações para adquirir mais Bitcoin. Descontos profundos paralisam compras e aumentam riscos.

Durante o pico de euforia, a Strategy chegou a negociar com prêmios superiores a 300%. Isso lhe permitiu captar capital e comprar mais de 200.000 BTC entre 2024 e 2025. Nesse período, alimentou um ciclo de feedback positivo: preço sobe, mNAV sobe, empresa emite ações, compra mais BTC e fortalece o rali.

Mas o ciclo inverso também existe. A WeSearch destaca que, durante a retração de 2022, a mesma empresa negociou com quase 50% de desconto, o que congelou sua capacidade de compra.

“Com o mNAV básico em 0,986, a Strategy opera perigosamente próxima do limite estrutural”, explicou Alfa. O indicador diluído ainda permanece pouco acima do limiar crítico, na zona de atenção, mas a situação permanece sensível.

Risco para o Bitcoin: o que acontece se as compras desaparecem

As empresas de tesouraria possuem coletivamente mais de 1 milhão de BTC — aproximadamente 5% do fornecimento total que o Bitcoin terá em sua história. Esse volume deu a elas um papel de destaque na formação de preço.

Porém, o estudo da WeSearch revela que 44% dessas empresas já estão na zona de atenção, incapazes de continuar comprando. Outras 11% negociam abaixo de mNAV 1.0, em risco direto de desmonte parcial de posições.

O relatório também mostra que as compras diárias caíram para apenas 1.428 BTC em setembro, o menor volume desde maio de 2025. Essa queda, segundo Alfa, é significativa:

Se essa demanda sumir por completo, será necessário que outros agentes — ETFs, varejo ou fundos macro — absorvam o Bitcoin recém-minerado. Caso contrário, veremos pressão descendente no preço.”

A possibilidade de essas empresas se tornarem vendedoras não é descartada. Em cenários de queda abaixo de US$ 90 mil, o estudo considera provável que algumas recorressem a recompra de ações financiada por dívida ou, em casos extremos, à liquidação de parte de seus Bitcoins para manutenção de operações.

Previsão do analista: futuro do Bitcoin depende de três faixas de preço

O relatório da WeSearch apresenta três cenários. O principal analista resume assim:

  1. Acima de US$ 120.000 — retorno do ciclo positivo. “Se o Bitcoin romper esse patamar, os mNAVs se expandem, as empresas recuperam capacidade de compra e o fluxo institucional volta.”

  2. Entre US$ 100.000 e US$ 110.000 — estagnação institucional. “Nesta faixa, a compra institucional fica paralisada. O mercado dependerá quase exclusivamente de ETFs e investidores tradicionais.”

  3. Abaixo de US$ 90.000 — risco sistêmico. “Caso o preço caia além desse ponto, veremos mNAVs abaixo de 1.0 se multiplicarem. Isso abre espaço para recompras agressivas de ações e até vendas de BTC.”

A WeSearch considera que o Bitcoin está em uma encruzilhada. O suporte institucional encolheu, enquanto as condições financeiras globais permanecem desafiadoras. Mas, ao mesmo tempo, o fim do aperto quantitativo previsto para dezembro cria espaço para movimentos bruscos de reversão.

[Fonte Original]

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