21.5 C
Brasília
segunda-feira, novembro 10, 2025

De Barbie a Paolla Oliveira: Questões do Enem 2025 abordam desigualdade de gênero e machismo

- Advertisement -spot_imgspot_img
- Advertisement -spot_imgspot_img

O primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, aplicado neste domingo, deu destaque a temas relacionados a questões de gênero. Em uma das questões, inclusive, foi citada a cobrança por padrões de beleza impostos socialmente, com ênfase no impacto do fenômeno sobre figuras públicas.

O enunciado utilizou como texto motivador exemplos de cobranças estéticas sobre mulheres famosas. Foram citados os casos da atriz brasileira Paolla Oliveira, criticada por estar “acima do peso”, e da australiana Margot Robbie, questionada por não ser “bonita o suficiente” para interpretar Barbie no filme de 2023.

A prova também dedicou pelo menos duas questões ao universo esportivo a partir da perspectiva feminina, com foco em inclusão e questões sociais. Uma delas tratava de atletas medalhistas Rayssa Leal, Rebeca Andrade e Beatriz Souza. Outra destacou a realidade não glamorizada dos atletas de periferia a partir do depoimento de uma ex-jogadora de futebol. Entre as questões, também estiveram provocações sobre a violência de gênero, abordada no âmbito das escolas e da negligência do “estado burguês” ao não garantir a igualdade de gênero.

Já na proposta da redação, que teve o tema “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”, foi usado um trecho de Clarice Lispector no qual a autora diz o que “gostaria” em relação à velhice. A prova deixou de fora outros nomes clássicos da literatura brasileira, como, por exemplo, Machado de Assis e Manuel Bandeira.

Veja mais sobre o Enem 2025

O Enem 2025 teve 4,8 milhões de inscritos. Nesta edição, o Ministério da Educação (MEC) decidiu retomar a certificação do ensino médio. Com isso, o número de candidatos com mais de 18 anos que não terminaram a educação básica cresceu 200% — passando de 24 mil para 81 mil inscritos de 2024 para 2025. Outro grupo que teve crescimento expressivo foi o de pessoas com mais de 60 anos, que subiu 191% entre 2022 e 2025, passando de 5.900 candidatos nessa faixa etária para 17.192.

Outra mudança importante é a forma com que os alunos vão disputar as vagas no Sistema de Seleção Unificado (Sisu), que é realizado em janeiro de 2026. A partir deste ano, os candidatos poderão usar as notas dos três últimos anos, desde que não tenham feito a prova como treineiros. A novidade revoltou jovens do final do terceiro ano do ensino médio, que só terão uma nota para competir com aqueles que já fizeram o Enem mais vezes, e a tendência é de aumento na nota de corte de cursos mais competitivos.

Neste primeiro dia, são 90 questões divididas entre Ciências Humanas e Linguagens, além de Redação. Já no próximo domingo, serão mais 90 itens de Matemática e Ciências da Natureza. É por meio dessa prova que se selecionam os calouros da maior parte das vagas das universidades federais e os beneficiados no programa do governo federal de bolsas nas instituições privadas, o Prouni.

Em 2025, os candidatos vão encarar uma série de novas regras. A prova de Redação, por exemplo, teve oficializada na Cartilha do Participante uma orientação contra as chamadas “citações coringa”. Essa é uma estratégia que se popularizou nos últimos anos e consiste em memorizar uma referência genérica para utilizar em qualquer tema proposto.

A utilização de repertório para argumentação é pontuada na competência 2 da redação do Enem. Ela mede a capacidade do candidato de compreender o tema e desenvolver um texto dissertativo-argumentativo coerente com a proposta, utilizando repertório sociocultural.

Para demonstrar repertório, os alunos são incentivados a fazer citações de livros, pensadores, filmes, músicas, séries etc. Caso façam de forma adequada, ganham mais pontos. Até 2024, professores de redação recomendavam a memorização de citações genéricas que poderiam ser usadas em qualquer texto.

Agora, em 2025, o MEC reforça na Cartilha do Participante que essa estratégia não deve ser utilizada por entender que ela descredibiliza o texto e não demonstra domínio de conteúdo. “A recomendação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC) responsável pela prova, é explorar mais o repertório autoral no texto”, diz o texto.

[Fonte Original]

- Advertisement -spot_imgspot_img

Destaques

- Advertisement -spot_img

Últimas Notícias

- Advertisement -spot_img