Amanda dá aulas de biologia, mas desde o ano passado assumiu também o ensino de IA. Ela conta que ensina conceitos técnicos usando aspectos da realidade dos alunos. Para que compreendessem o que é árvore de decisão, um dos mecanismos por trás das escolhas da IA, ela pediu para classificarem os animais da caatinga conforme suas características físicas.
A atividade usou cartolina, tesoura e cola, porque, como conta a professora, nem tudo requer o uso de equipamentos para ser ensinado. Todos os professores vão para as salas já com um plano B, caso a internet não funcione, diz ela. Na escola dela, porém, há um laboratório equipado, com computadores e internet. O desafio é o número de máquinas ?há uma turma com 42 anos para 25 PCs. Ao todo, ela ensina 235 estudantes.
A IA é algo que não dá para fugir e cabe a nós nos adaptarmos. Principalmente essa geração de nativos digitais. Aí cabe ao professor alcançar essa onda. Tem muitos colegas que pensam que a IA pode nos substituir. Não vejo dessa forma. Vejo a IA como aliada para por exemplo construir um plano de aula, para me poupar horas e horas.
Amanda Souza, professora da rede estadual de ensino do Piauí
O programa do Piauí se apoia em dois pilares:
- pensar com IA, usando criticamente as ferramentas;
- pensar sobre IA, refletindo sobre impactos éticos do que é feito.
Os professores lidam com esses dois temas. Pensar com o IA é, de alguma forma, interagir com a ferramenta e pensar em que momentos do aprendizado aquele serviço pode entrar sem comprometer a formação de conhecimento. O pensar sobre IA é como você vê os impactos positivos e negativos da IA e tem um pensamento crítico, que é mais ou menos o que a China está fazendo
Helton Simões Gomes