Para os super-ricos do mundo, a cidade mais acolhedora para se viver não é Nova York. Nem Los Angeles. Também não está na Europa.
A agência de notícias Bloomberg teve acesso a uma pesquisa da corretora imobiliária de luxo Savills, que classificou 30 cidades globais de acordo com sua atratividade para famílias riquíssimas. Os critérios usados foram:
- Estilo de vida
- Infraestrutura para famílias
- Segurança
- Ambiente de negócios
- Legado (como a cidade é mais ou menos propícia para os milionários deixarem herança)
A corretora destaca que a riqueza global vem se recuperando deste 2022, com a região da Ásia-Pacífico crescendo mais rapidamente do que todas as demais. Mais de 680 mil novos milionários (famílias com patrimônio superior a U$ 1 milhão) surgiram em 2024, um aumento de 1,2% na comparação anual, e mais 5 milhões devem surgir até 2029, segundo o relatório.
Confira, abaixo, o ranking das 10 melhores cidades do mundo para os milionários:
- Dubai
- Nova York
- Cingapura
- Hong Kong
- Abu Dhabi
- Mônaco
- Los Angeles
- Miami
- Aspen
- Londres
A maior cidade dos Emirados Árabes Unidos vem atraindo uma onda de milionários, muitos deles atraídos pelas vantagens fiscais — zero imposto sobre herança, ganho de capital e patrimônio — além de uma forte infraestrutura para famílias e altos níveis de segurança, disse a Savills.
“Em Dubai, muitas escolas internacionais estão registrando listas de espera maiores à medida que novas famílias se mudam para a cidade”, afirmou a Savills em relatório enviado a clientes, ao qual a Bloomberg teve acesso. A cidade é “de longe o destino com o maior número de escolas internacionais em nosso índice,” disse a empresa.
Ao mesmo tempo, o ambiente de negócios se tornou um fator crucial na decisão de onde viver. Dubai e Nova York — as duas primeiras colocadas no ranking da Savills — têm atraído indivíduos de alto patrimônio por seus ambientes pró-negócios, vantagens fiscais e estabilidade geopolítica, afirmou o relatório.
O golden visa dos Emirados Árabes Unidos — que oferece residência de 10 anos com baixa carga tributária em troca de um investimento de 2 milhões de dirhams (US$ 544.550) — também tem atraído a elite global. Não por acaso, outra cidade do país, Abu Dhabi, que é a capital do emirado, integra a lista.
Na Itália, a introdução de um imposto fixo sobre ganhos globais aumentou a demanda imobiliária em cidades como Milão, a 23ª do ranking, segundo o relatório.
A Savills também apontou uma “clara mudança dos centros financeiros tradicionais” para “cidades impulsionadas por tecnologia”, com Shenzhen, na China, e Bangalore, na Índia, apresentando crescimento de três dígitos em suas populações milionárias na última década. Shenzhen é a 27ª do ranking.
O avanço econômico da Ásia-Pacífico também aumentou o número de indivíduos ricos na região, beneficiando Xangai (16ª), Bangcoc (17ª) e Tóquio (24ª).
O imposto sobre herança é um dos fatores mais importantes na decisão de compra de imóveis por indivíduos ricos mais velhos, o que prejudicou algumas cidades no ranking da Savills. Londres — que ficou em primeiro lugar em fatores de qualidade de vida — ficou mais atrás na classificação geral por conta do sistema tributário britânico, que tem reduzido a demanda por imóveis de luxo na cidade este ano.
A mudança no cenário fiscal recente teve “um efeito de esfriamento” na atratividade de Londres entre o público mais velho, escreveram os pesquisadores. “Em comparação, jurisdições como os EUA, onde os limites (para não ser tributado) são muito mais altos, ou o Oriente Médio, onde praticamente não há imposto, têm classificação mais elevada.”