2025 será o segundo ou terceiro ano mais quente já registrado, dizem cientistas da União Europeia

Os dados são os mais recentes do C3S após a cúpula climática COP30 do mês passado, onde os governos não conseguiram chegar a um acordo sobre novas medidas substanciais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, refletindo a geopolítica tensa, com os Estados Unidos recuando em seus esforços e alguns países buscando enfraquecer as medidas de redução de CO2.

Este ano também deverá completar o primeiro período de três anos em que a temperatura média global ultrapassou 1,5 grau Celsius acima do período pré-industrial de 1850-1900, quando os humanos começaram a queimar combustíveis fósseis em escala industrial, afirmou o C3S em um boletim mensal.

“Esses marcos não são abstratos – eles refletem o ritmo acelerado das mudanças climáticas”, disse Samantha Burgess, líder estratégica para o clima no C3S. Eventos climáticos extremos continuaram a atingir regiões ao redor do mundo este ano. O tufão Kalmaegi matou mais de 200 pessoas nas Filipinas no mês passado. A Espanha sofreu os piores incêndios florestais em três décadas devido a condições climáticas que, segundo cientistas, foram intensificadas pelas mudanças climáticas.

O ano passado foi o mais quente já registrado no planeta.

Embora os padrões climáticos naturais façam com que as temperaturas flutuem de ano para ano, os cientistas documentaram uma clara tendência de aquecimento nas temperaturas globais ao longo do tempo e confirmaram que a principal causa desse aquecimento são as emissões de gases de efeito estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis.

Os últimos 10 anos foram os 10 anos mais quentes desde o início dos registros, afirmou a Organização Meteorológica Mundial no início deste ano.

O limite global de 1,5 grau Celsius é o limite de aquecimento que os países se comprometeram a evitar, no âmbito do Acordo de Paris de 2015, para impedir as piores consequências do aquecimento global.

O mundo ainda não ultrapassou tecnicamente essa meta, que se refere a uma temperatura média global de 1,5 grau Celsius ao longo de décadas. Mas a ONU afirmou este ano que a meta de 1,5 graus Celsius não pode mais ser alcançada de forma realista e instou os governos a reduzirem as emissões de CO2 mais rapidamente, para evitar ultrapassar a meta.