Você já ouviu o conselho de que pedir ao frentista para colocar a mangueira na velocidade mais lenta (Nível 1) faz o seu dinheiro render mais? Essa teoria circula há anos em grupos de motoristas e redes sociais, prometendo que você recebe mais líquido e menos vapor.
Mas será que isso é um mito urbano ou uma estratégia real de economia? Neste artigo, vamos mergulhar na mecânica das bombas de combustível para entender se essa prática realmente impacta o seu bolso.
O que é o “Nível 1” da bomba de combustível?
As bombas nos postos de combustíveis possuem gatilhos com geralmente três estágios de velocidade:
- Nível 1 (Lento): Fluxo reduzido de combustível.
- Nível 2 (Médio): Fluxo moderado.
- Nível 3 (Rápido): Fluxo máximo, utilizado para encher o tanque rapidamente.
A teoria por trás do uso do nível 1 é que, ao entrar de forma lenta, o combustível geraria menos turbulência e, consequentemente, menos vapor, garantindo que o que passa pelo medidor seja puramente líquido.
Por que dizem que o nível lento economiza?
A lógica defendida por muitos motoristas baseia-se em dois pontos principais:
1. Menos formação de vapor
Diz-se que o fluxo rápido (Nível 3) agita o combustível dentro do tanque, transformando parte do líquido em vapor. Como o sistema de recuperação de vapores da bomba pode sugar esse ar de volta, você estaria “pagando por ar”.
2. Precisão do medidor
Alguns acreditam que os medidores das bombas são mais precisos em velocidades baixas e que o fluxo intenso poderia causar pequenas variações que favorecem o posto.
O que dizem os especialistas? (Mito ou Verdade?)
A resposta curta é: Na prática, a diferença é irrelevante.
Embora exista uma base física mínima — de que fluxos mais lentos geram menos agitação —, os sistemas modernos de calibração e as normas do Inmetro garantem que a variação seja desprezível por três motivos:
- Calibração Rigorosa: As bombas são lacradas e testadas periodicamente. O medidor de volume é projetado para ser preciso independentemente da velocidade do fluxo.
- Recuperação de Vapores: O sistema que “puxa” o vapor não subtrai o líquido que já passou pelo medidor de faturamento. O que você paga é o que passou pelo bico.
- Pressão do Tanque: O tanque do carro já contém vapores naturalmente. A velocidade de entrada do líquido pouco altera o volume final registrado pela bomba.
Dicas que REALMENTE fazem você economizar combustível
Se o “Nível 1” não traz uma economia significativa, aqui estão 3 estratégias comprovadas para gastar menos no posto:
- Não abasteça após o “clique”: Forçar a entrada de combustível após o travamento automático da bomba inunda o filtro de cânister (feito para vapores), o que prejudica o desempenho do carro e pode causar prejuízos mecânicos.
- Mantenha os pneus calibrados: Pneus murchos aumentam o atrito com o solo, fazendo o motor trabalhar mais e consumir até 10% mais combustível.
- Abasteça em horários mais frios: Pela manhã ou à noite, o combustível está mais denso e menos expandido pelo calor. Embora a diferença seja pequena por litro, a longo prazo é mais eficaz que a velocidade da bomba.
Em resumo
Pedir ao frentista para usar o Nível 1 da bomba não é prejudicial, mas o ganho financeiro é quase nulo comparado ao tempo que você perde no posto. A verdadeira economia vem da manutenção preventiva do veículo e de hábitos de direção defensiva.
Dica de Ouro: Mais importante que a velocidade da bomba é a procedência do combustível. Postos com bandeira confiável e testes de qualidade visíveis são a melhor garantia para o seu bolso.
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