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sexta-feira, dezembro 19, 2025

Agro ajuda indicadores econômicos em 2025, mas cenários desafiam produtores rurais em 2026

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O agro foi fundamental para a melhora de alguns indicadores econômicos no Brasil em 2025, como o Produto Interno Bruto (PIB) e a redução da inflação, mas fatores internos e externos representam riscos e vão desafiar os produtores rurais em 2026, de acordo com dados divulgados e projeções feitas, no dia 9 de dezembro, pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O balanço do setor agropecuário em 2025 e as perspectivas para 2026 foram apresentados em uma coletiva de imprensa, com a presença do presidente da CNA, João Martins; da diretora de Relações Internacionais, Sueme Mori; e do diretor técnico, Bruno Lucchi.

A CNA avaliou que o agro foi um dos responsáveis pelos resultados positivos dos índices macroeconômicos, como a redução da inflação, que deve fechar o ano em 4,4%, e a projeção de crescimento de 1% do PIB do agronegócio em 2026, após expansão estimada de 9,6% (R$ 3,13 trilhões) para 2025. Sem a contribuição do agro, haveria risco de novo descumprimento da meta, o que exigiria manutenção de uma política monetária mais restritiva, visto que a taxa Selic está em 15% ao ano. No cenário fiscal, 2026 será um ano desafiador para a economia brasileira, com destaque para a necessidade de ajuste fiscal.

Vulnerabilidade financeira e climática

Em relação ao endivida mento, em outubro deste ano o crédito rural registrou a sua maior inadimplência desde o início da série histórica, em 2011, alcançando 11,4%. No mesmo período do ano anterior, o valor era de 3,54%, e em janeiro de 2023 era de 0,59%. Para a CNA, a recuperação econômica do produtor rural dependerá da capacidade de articular soluções estruturais que reduzam a vulnerabilidade financeira e climática, promovendo previsibilidade, confiança e resiliência para um crescimento sustentável do agro brasileiro.

Segundo estimativas, o Valor Bruto da Produção (VBP) deve alcançar R$ 1,57 trilhão em 2026, crescimento de 5,1% em relação a 2025. O segmento agrícola deve totalizar R$ 1,04 trilhão (+6,6%), impulsionado pelo aumento da produção de grãos. Já o VBP da pecuária deve atingir 2,2%, chegando a R$ 528,09 bilhões, com a bovinocultura de corte apresentando expansão de 4,7%.

Para 2025, o VBP está estimado em R$ 1,49 trilhão, representando expansão de 11,9% em comparação a 2024. O segmento pecuário deve ter papel de destaque, com alta projetada de 14,2% (R$ 516,52 bilhões), puxada pela recuperação dos preços da bovinocultura de corte. Já o agrícola deve registrar alta de 10,8%, alcançando R$ 981,30 bilhões, sustentado pelo bom desempenho das safras de soja e milho.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as projeções para a safra 2025/2026 indicam que a produção total deve superar o volume colhido na safra anterior, podendo alcançar 354,8 milhões de toneladas, alta de 0,8%. A área plantada com soja está projetada em cerca de 49,1 milhões de hectares, e a produção, em 177,6 milhões de toneladas, aumento de 3,6%. Já a previ são para o milho é de queda de 2,5% na produção de segunda safra, totalizando 110,5 milhões de toneladas. Considerando as três safras, a produção total será de 138,8 mi/ton (-1,6%). No arroz, é esperada uma redução de área, que deve impactar no resultado da produção de 11,3 milhões de toneladas (-11,5%), reflexo do consumo estagnado que causou quedas nos preços em 2025.

Já os abates de bovinos no Brasil cresceram 5,6% em 2025, até o terceiro trimestre, enquanto a produção de carne bovina aumentou 3,8% no período. O desta que do abate de fêmeas no abate total (49,9%) deve reduzir a oferta de bovinos e animais para reposição de forma mais acentuada em 2026, com expectativa de alta nos preços no mercado do boi.

Já no cenário internacional, a Confederação avalia que 2026 deve ser marcado por intensas movimentações, com os Estados Unidos mantendo uma política comercial agressiva, alinhada à estratégia de estímulo à industrialização e de atração de investimentos estrangeiros. Caso as tarifas adicionais de 40% sobre os produtos não incluídos nas listas de exceção se mantenham, o impacto para o setor pode alcançar até US$ 2,7 bilhões em termos anua lizados em 2026, cerca de 22% das exportações agropecuárias brasileiras ao país. Neste ano, entre agosto e novembro, as exportações do agro para o mercado americano registraram queda de 37,85% em relação ao mesmo período do ano passado.

As investigações chinesas sobre as importações de carne bovina no país podem resultar na aplicação de salvaguardas no país, afetando as compras do produto de todos os fornecedores. O Brasil responde por cerca de 50% das importações chinesas do produto.

A incerteza do acordo com os Estados Unidos também é preocupante. Um acordo que envolva compromisso de compras de soja americana pode reduzir a participação da soja brasileira no mercado chinês. A CNA alerta, ainda, para as diretrizes que devem orientar o 15º Plano Quinquenal do país asiático, que visa fortalecer a agricultura e reduzir a dependência de produtos importados, especial mente de grãos.

[Fonte Original]

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