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sexta-feira, dezembro 5, 2025

Anel ferroviário do Sudeste pode criar nova rota de exportação para o agro

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Uma nova ferrovia com até 575 km de extensão, ligando portos fluminenses e capixabas à Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) e à Malha Ferroviária do Sudeste (MRS), pode mudar a lógica da cadeia de insumos agrícolas no Brasil e criar uma nova rota de escoamento de parte da safra brasileira.

Com leilão previsto para junho, a Estrada de Ferro 118 (EF-118), também chamada de Anel Ferroviário do Sudeste, deve ligar Nova Iguaçu (RJ) a Santa Leopoldina (ES), ponto estratégico para a ligação com a EFVM. Na primeira fase, prevista para ser concluída em 2035, serão implantados 246 km de trilhos de São João da Barra (RJ), onde fica o Porto do Açu, a Santa Leopoldina. A segunda etapa, entre São João da Barra e Nova Iguaçu, será avaliada após o início da concessão da fase anterior.

Os investimentos iniciais, entre recursos públicos e privados, estão estimados em R$ 6,6 bilhões. A previsão de demanda é 24 milhões de toneladas ao ano, entre carga geral, granéis líquidos (como produtos químicos e derivados de petróleo), sólidos agrícolas e minérios. “Também viabiliza fertilizantes entrando e grãos saindo, reduzindo fretes de retorno vazios [para as regiões produtoras] e aumentando a eficiência do sistema”, afirma João Braz, diretor de logística e terminais do Porto do Açu. Avaliação semelhante faz Luiz Césio Caetano, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Para a sócia-líder do setor de infraestrutura da KPMG no Brasil, Tatiana Gruenbaum, a via diminuirá gargalos rodoviários do Sudeste e o efeito funil em estradas e portos como Santos e Paranaguá (PR), além de criar potencial diversificação para o perfil logístico do Rio e do Espírito Santo: “Os portos capixabas, hoje mais voltados a minérios, também podem ficar atraentes para o agronegócio”.

O Porto Central, em Presidente Kennedy (ES), cuja operação está prevista para 2027, poderá atender granéis, fertilizantes, minerais, grãos, contêineres, cargas gerais, gás natural, apoio offshore e a estaleiros. Será implantado em fases – a primeira inclui um terminal de granéis líquidos de águas profundas, voltado ao transbordo de petróleo entre navios -, conforme a demanda. Outro porto que pode ser beneficiado é o de Ubu, em Anchieta (ES), operado pela Samarco.

Braz estima que a nova ferrovia reequilibrará o sistema portuário, reduzindo custos de transporte e aumentando a competitividade ao conectar os portos a Minas Gerais e ao Centro-Oeste, duas das principais regiões produtoras de commodities do país. O porto e as empresas instaladas no Complexo do Açu estão investindo em aumento de capacidade em função das expectativas com o Anel do Sudeste. Há terminais sendo expandidos, outros em construção, e uma misturadora de fertilizantes que deve começar a operar no próximo trimestre.

[Fonte Original]

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