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sexta-feira, dezembro 5, 2025

Juros futuros caem de olho em desaceleração da atividade econômica

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Os juros futuros recuaram nesta quinta-feira, em movimento observado praticamente desde os primeiros minutos do pregão. O primeiro e mais importante gatilho para a tendência positiva das taxas veio com os números do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que não apenas confirmou a desaceleração esperada pelo mercado ao crescer apenas 0,1%, como trouxe sinais mais concretos de perda de ímpeto de setores cíclicos da economia e importantes para medir o impacto da política monetária apertada do Banco Central.

Além disso, o leilão de títulos prefixados do Tesouro Nacional contribuiu para o alívio do mercado de renda fixa, uma vez que a oferta de 10,5 milhões de papéis foi considerada pequena, principalmente após um período de queda dos juros futuros.

Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento para janeiro de 2027 recuou de 13,59%, do ajuste anterior, para 13,55%; a do DI de janeiro de 2029 cedeu de 12,695% a 12,645% e a do DI de janeiro de 2031 anotou queda de 12,915% para 12,88%.

Entre os números do PIB que chamaram a atenção do mercado, o consumo das famílias desacelerou para uma alta de apenas 0,1% em base trimestral, mesma taxa de crescimento do setor de serviços. Segundo Antonio Ricciardi, economista do banco Daycoval, o crescimento forte do agronegócio compensou uma fraqueza de componentes cíclicos da economia, mais ligados à política monetária do BC.

“Então, um resultado bem mais fraco do que o antecipado para o consumo das famílias, o que é positivo, de certa forma, para o Banco Central, uma vez que são os componentes mais cíclicos da atividade, o que mostra que os efeitos da política monetária restritiva estão sendo sentidos”, aponta Ricciardi.

Leonardo Costa, economista do ASA, vai na mesma linha ao avaliar que o PIB do terceiro trimestre confirma o quadro de desaceleração gradual da atividade, o que ocorreu mesmo com uma “forte injeção de renda” por meio do pagamento de precatórios no período. “O fato de esse estímulo ter gerado apenas uma resposta moderada mostra que a economia vem perdendo tração, especialmente no consumo das famílias, onde o efeito defasado de uma política monetária significativamente mais apertada já aparece com mais clareza.”

Com isso, o mercado mostrou mais confiança na perspectiva de que o ciclo de redução da Selic começará na reunião de janeiro do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. No mercado de opções digitais de Copom, a chance precificada para um corte de 0,25 ponto percentual subiu de 39% para 40%, ao passo em que a probabilidade de manutenção da Selic em 15% caiu de 37% a 34,5%. O mercado ainda precifica 20% de chance de o BC começar a flexibilização com um corte maior, de 0,5 ponto percentual.

A perspectiva de juros mais baixos também afetou o mercado de NTN-Bs, os títulos da dívida pública atrelados ao IPCA. O impacto se concentrou em vértices mais longos: a taxa da NTN-B com vencimento em agosto de 2040, por exemplo, encerrou a tarde em baixa de 7,02% para 6,98%.

Além do PIB, outro fator que contribuiu para o alívio das taxas nesta sessão foi o leilão tradicional de títulos prefixados do Tesouro Nacional. Após algumas semanas positivas para os mercados de renda fixa – e diante da postura mais agressiva do órgão neste ano -, os investidores esperavam uma emissão robusta, o que não se confirmou com a oferta de “apenas” 10,5 milhões de papéis.

Logo depois de o Tesouro revelar os lotes dos leilões de hoje, os juros futuros chegaram a renovar seus menores níveis intradiários do ano. A taxa do DI de janeiro de 2029, por exemplo, recuou a 12,59%, menor nível desde 15 de outubro do ano passado.

[Fonte Original]

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