Em declaração dada nesta quinta-feira (18), o Papa Leão XIV condenou os líderes políticos que utilizam crenças religiosas como embasamento para conflitos e/ou políticas nacionalistas, ao afirmar que tal prática seria uma forma de blasfêmia e um insulto direto a Deus.
O pontífice não mencionou nome de nenhum líder mundial. A declaração foi dada em mensagem antecipada do Dia Mundial da Paz, celebrado no dia 1º de janeiro.
“Infelizmente, tornou-se cada vez mais comum arrastar a linguagem da fé para as batalhas políticas, abençoar o nacionalismo e justificar a violência e a luta armada em nome da religião”, afirmou Leão XIV.
“Os fiéis devem refutar ativamente, sobretudo pelo testemunho de suas vidas, essas formas de blasfêmia que profanam o santo nome de Deus”, acrescentou.
O líder da Igreja Católica também chamou atenção para o uso de inteligência artificial (IA) em conflitos mundiais.
“Há […] uma tendência crescente entre os líderes políticos e militares de se esquivarem da responsabilidade, à medida que as decisões sobre a vida e a morte são cada vez mais ‘delegadas’ às máquinas”, disse o pontífice.
Leão XIV, eleito pelos cardeais em maio para suceder ao Papa Francisco, falou diversas vezes em seu primeiro ano sobre os desafios impostos pela inteligência artificial.
Ele também condenou a violência em nome da religião em sua primeira viagem ao exterior como papa, dizendo a líderes cristãos de todo o Oriente Médio durante uma viagem à Turquia no mês passado que eles devem “rejeitar veementemente o uso da religião para justificar a guerra, a violência ou qualquer forma de fundamentalismo”.
Na nova mensagem, o papa também lamentou o aumento global dos gastos militares, citando dados do Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo, que indicam que os gastos militares em todo o mundo aumentaram 9,4% em 2024, atingindo um total de US$ 2,7 trilhões, o equivalente a 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) global.