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A 23ª edição da Art Basel Miami Beach abre suas portas ao público nesta sexta-feira (5) com uma projeção econômica robusta. Segundo estimativas da consultoria The Boyd Co., a feira e os eventos satélites da Miami Art Week devem injetar US$ 565 milhões na economia do sul da Flórida, um aumento de cerca de 3,3% em relação ao ano anterior.
O montante reflete a movimentação gerada pelos cerca de 77 mil visitantes esperados, que impactam diretamente os setores de hotelaria, gastronomia e serviços. John Boyd Jr., diretor da consultoria responsável pelos dados, observa que, apesar de um cenário global de turismo desafiador e de um ajuste no mercado de arte, a Art Basel mantém sua capacidade de gerar um impacto econômico sustentado, resultando em novos investimentos corporativos e imobiliários na região.
O setor de hospedagem é um dos termômetros desse fluxo. Dados da plataforma de análise AirDNA indicam um aumento de aproximadamente 9% na receita de aluguéis por temporada em Miami comparado ao período anterior, com uma alta de 5% na demanda por diárias.
O reflexo no mercado imobiliário
Para o setor imobiliário, a semana de arte funciona como um catalisador de negócios. A concentração de um público de alto patrimônio líquido (high-net-worth individuals) transforma o evento em uma oportunidade estratégica para apresentar o potencial de investimento da cidade.
Daniel Ickowicz, CEO da Elite International Realty, classifica o período como “extremamente vantajoso”. Segundo o executivo, a alta taxa de ocupação e a demanda aquecida por locações de curto prazo permitem que investidores visualizem de forma prática o potencial de retorno dos ativos na região.
A feira atua, portanto, como uma vitrine para o lifestyle local, atraindo compradores que buscam não apenas obras de arte, mas também residências secundárias ou investimentos em condomínios de luxo e projetos de branded residences.
A edição de 2025 da Art Basel Miami e a presença brasileira
No pavilhão do Miami Beach Convention Center, a feira reúne este ano 283 galerias de 38 países. Sob a gestão da nova diretora, Bridget Finn, o evento amplia seu escopo para práticas interdisciplinares, com destaque para a intersecção entre arte, mídia digital e inteligência artificial.
Entre as novidades da programação estão a estreia da plataforma de arte digital Zero 10 e a renovação do setor Meridians, voltado para obras de grande escala que ultrapassam os limites dos estandes tradicionais.
O Brasil mantém sua relevância no evento, embora com uma delegação menor em comparação a 2024. Nesta edição, 15 galerias brasileiras participam da feira, reforçando o papel do país no diálogo artístico das Américas. O evento segue até o dia 7 de dezembro.