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Mitch Evans sabe o que é transformar São Paulo em corrida de recuperação na Fórmula E. Em 2024, o piloto da Jaguar TCS Racing largou em 22º no Sambódromo do Anhembi e cruzou a linha de chegada no topo do pódio, algo praticamente impossível. Um ano depois, volta à cidade para abrir a Temporada 12 da Fórmula E já em ritmo forte: foi o mais rápido no primeiro treino livre, nesta sexta-feira, 5. Ainda falta a classificação, marcada para a manhã de sábado, 6, poucas horas antes da corrida, mas o clima no box é de cautela calculada.
“Historicamente, tem sido bom, mas sempre que você começa uma nova temporada existe aquela sensação de desconhecido”, diz Evans em entrevista à Forbes Brasil nesta sexta-feira. “Eu sinto que devemos estar na frente, mas acho que tudo vai ser muito apertado. A temporada inteira deve ser muito disputada entre todas as equipes. Então, estou otimista, mas não tão confiante quanto em outros anos.”
O neozelandês lembra que a categoria vive um momento de transição técnica e esportiva. A partir da próxima temporada entra em cena um novo carro, com 50% mais potência que a versão atual. “Ainda é um pouco cedo para dizer. Não tenho certeza, não sei exatamente como vão ficar as regras esportivas. Ainda há muitas incógnitas sobre como será a corrida e como o carro vai se comportar. Honestamente, ainda são dias muito iniciais da Gen4”, afirma.
Mesmo assim, voltar ao traçado onde já venceu pesa. “Tive bons resultados aqui em São Paulo no passado. Você sempre se sente bem quando volta a um circuito em que já ganhou”, diz. A preparação, conta, é quase tão importante quanto o acerto do carro: “Garantir que estamos nos alimentando direito, hidratando, esse tipo de preparação é fundamental. Vale tudo que você precise fazer para, quando estiver no carro, estar pronto para classificar e correr.”
Enquanto Evans foca em aquecimento, hidratação e ritmo, São Paulo aproveita o efeito fora da pista. Depois de receber a Fórmula 1 e movimentar cerca de R$ 2 bilhões na economia da cidade, a capital volta a colocar o automobilismo no centro do calendário com o E-Prix, etapa de abertura da Temporada 12 (2025/26) do Campeonato Mundial FIA de Fórmula E, neste sábado, 6 de dezembro.
Milhões na economia de SP
De acordo com a SPTuris (São Paulo Turismo), a prova de carros elétricos realizada em 2024, no circuito de rua do Anhembi, gerou R$ 180 milhões de impacto econômico e ocupou 6 mil profissionais em montagem, decoração, ambientação, segurança, limpeza e orientação de público. Para 2025, a expectativa da organização e da prefeitura é superar essa marca, com cerca de 25 mil fãs em arquibancadas, hotéis, bares e restaurantes ao longo de mais de 10 horas de programação no Sambódromo.
O traçado de 2.933 metros, com 11 curvas e três retas longas ligadas por curvas de baixa velocidade, privilegia ultrapassagens, vácuo e gestão de energia e temperatura das baterias – combinação que ajudou a desenhar a vitória de Evans saindo do fundo do grid na última temporada.
O grid de 2025 vem renovado. O atual campeão mundial Oliver Rowland (Nissan) tenta repetir a boa atuação após liderar boa parte do E-Prix de São Paulo no ano passado, enquanto a Porsche Formula E Team defende os títulos de Equipes e Fabricantes. A etapa ganha peso extra para o público local com a estreia do brasileiro Felipe Drugovich (Andretti Formula E) e o retorno de Lucas di Grassi (Lola Yamaha ABT).
Os ingressos têm preços a partir de R$ 174,50, vendidos exclusivamente pela plataforma Fever, com opção de ingresso solidário mediante doação de R$ 20 ou mais para a iniciativa Voz dos Oceanos, que combate a poluição plástica nos mares. A programação começa às 7h, no Sambódromo do Anhembi, e a largada está marcada para 14h05, horário de Brasília – tempo suficiente para Evans tentar repetir a história e, mais uma vez, sair lá de trás rumo ao pódio em São Paulo.