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O ano em que o mercado de motos voltou a acelerar também consolidou de vez o nome de uma marca indiana no topo das preferências dos brasileiros. De janeiro a novembro de 2025, o país já emplacou mais de 2 milhões de motocicletas, um aumento de 16% em relação ao mesmo período de 2024, segundo a Fenabrave. No meio dessa arrancada, a Royal Enfield se destacou como um dos grandes fenômenos de vendas do ano.
Só no terceiro trimestre — entre julho e setembro — a fabricante registrou crescimento de 74% nas vendas em relação ao mesmo período de 2024, com 8.353 motos emplacadas. É um recorde histórico que reforça a consolidação da marca no mercado brasileiro e mostra a força de uma estratégia que combina visual clássico, tecnologia moderna e preços competitivos dentro do universo premium.
Fundada em 1901, na Inglaterra, a Royal Enfield é uma das mais antigas e maiores fabricantes de motocicletas do mundo. A marca chegou ao Brasil em 2017, mas foi sobretudo nos últimos três anos que acelerou um plano robusto de expansão, com aumento de rede, novos modelos e ampliação da produção local.
O “pulo do gato” foi reposicionar a categoria de média cilindrada: oferecer motos com pegada e acabamento premium, mas valores abaixo das motos de topo. Esse equilíbrio atraiu tanto motociclistas experientes quanto quem vinha da baixa cilindrada em busca de algo mais aspiracional.
Himalayan 450: a estrela de 2025
O principal destaque do ano foi a Himalayan 450, lançada em abril. Mesmo chegando com três meses de atraso em relação ao calendário cheio, a trail já se tornou líder do segmento, com 2.490 vendas apenas no terceiro trimestre. Até novembro, o número já chegava a 5.974 motos, segundo a Fenabrave.
“É o nosso grande destaque do ano. Lançamos a Himalayan só em abril. Ou seja, perdemos três meses de venda e, mesmo assim, ela já é líder”, afirma Gabriel Patini, diretor executivo da Royal Enfield para a América Latina.
Guerrilla 450: a roadster da nova geração
Se 2025 foi o ano da Himalayan, 2026 já tem candidata a próxima sensação: a Guerrilla 450. Em setembro, a Royal Enfield iniciou as vendas da roadster “modern premium” em todo o país. Segundo a marca, a moto é “divertida de pilotar em toda a faixa de rotação”.
“A Guerrilla 450 combina o melhor da pilotagem urbana com a capacidade de encarar estradas abertas com confiança e estilo. É uma moto feita para a nova geração de motociclistas apaixonados. O motor Sherpa já é um sucesso no Brasil, líder de vendas com a Himalayan 450, e acreditamos que a Guerrilla tenha a mesma trajetória em vendas”, diz Patini.
O modelo chegou em duas versões e quatro opções de cores. A versão Mid parte de R$ 28.990, nas cores Smoke Silver (prata fosco) e Peix Bronze (marrom fosco). Já a versão Top custa R$ 29.490 e traz combinações em dois tons: Yellow Ribbon (amarela e roxa) e Brava Blue (azul e branca).
Super Meteor 650
Na categoria custom, responsável pela maior parte do portfólio da marca, a Royal Enfield domina com folga. Entre os dez modelos mais vendidos, cinco são da fabricante. A grande protagonista é a Super Meteor 650, lançada no fim de 2024 e que, em 2025, superou 4.400 unidades vendidas. No lançamento, o primeiro lote esgotou em poucas horas.
Com motor bicilíndrico de 648 cilindradas e 53,3 Nm de torque, a Super Meteor 650 foi desenhada para longas viagens, com assento baixo e largo e posição de pilotagem relaxada. O painel digital-analógico, com tela LCD e navegação Tripper integrada, mistura estética retrô e conectividade atual. O modelo é oferecido a partir de R$ 34.990.
Brasil como prioridade global
Hoje, todas as motos vendidas no país são montadas na Zona Franca de Manaus, no regime CKD (Completely Knocked-Down), com componentes que chegam prontos da Índia para montagem local. O próximo passo é a construção de uma fábrica própria na região, prevista para os próximos dois a três anos. Até lá, a marca fechou parcerias com empresas locais para manter o ritmo de produção.
A Royal Enfield também acelera na expansão da rede: das 42 concessionárias atuais, distribuídas pelas cinco regiões do país, o plano é chegar a 60 pontos de venda até março de 2026. Esse crescimento acompanha novos lançamentos já anunciados, como as Bear 650 e Classic 650, que devem reforçar o portfólio premium no Brasil.
Outro ponto relevante é a diversificação do público. Segundo Patini, a Hunter 350, moto mais vendida da marca, com 6.612 emplacamentos até novembro deste ano, já tem 20% de compradoras mulheres. “Há também pessoas que há anos não pilotavam e voltaram a pilotar. São públicos importantes para a empresa”, afirma.
Na soma de todos esses movimentos — crescimento de dois dígitos do mercado, expansão de rede, novos produtos e boa leitura de comportamento do consumidor — a Royal Enfield fecha 2025 como um dos principais cases de uma moto “de nicho” que virou fenômeno. E aponta para 2026 com um recado claro: o apetite do brasileiro por motos de estilo, conteúdo e história ainda está longe de se esgotar.