Após as quedas registradas com o corte de juros nos EUA, o Bitcoin inicia uma recuperação nesta sexta-feira (12), avançando 2,5% nas últimas 24 horas, para US$ 92.532. Em reais, a criptomoeda é negociada a R$ 500.524, segundo dados do Portal do Bitcoin.
O impulso do Bitcoin chega à medida que investidores otimistas continuam comprando o ativo digital, mesmo com perdas não realizadas aumentando e a liquidez permanecendo escassa em todo o setor.
Grandes detentores — conhecidos como carteiras acumuladoras — compraram 75.000 BTC entre 1º e 10 de dezembro, incluindo 40.000 BTC em um único dia, relatou o analista da CryptoQuant, DarkFrost, em um tuíte na quinta-feira.
Critérios rigorosos on-chain definem essas carteiras como aquelas sem histórico de vendas, que atingem um alto patamar de compras, apresentam múltiplas entradas de fundos e não estão ligadas a exchanges, mineradores ou contratos inteligentes.
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Mercado em estresse
Embora a acumulação persistente seja um fator de suporte, ela também ocorre em um cenário de forte estresse no mercado.
“Prejuízos de detentores de curto prazo continuam se acumulando; eles estão de 20% a 30% no prejuízo”, afirmou Derek Lim, chefe de pesquisa da empresa de market making de criptomoedas Caladan, ao Decrypt. “Historicamente, isso tende a ser positivo quando detentores de longo prazo estão acumulando, pois mostra uma transferência de riqueza acontecendo.”
O fenômeno vai além dos detentores de curto prazo, já que as perdas não realizadas em todo o ecossistema de criptomoedas subiram para cerca de US$ 350 bilhões, segundo a Glassnode. As perdas não realizadas em Bitcoin contribuíram com quase US$ 85 bilhões para esse total.
“Com múltiplos indicadores on-chain sinalizando uma liquidez cada vez menor em todos os setores, o mercado provavelmente está entrando em um regime de alta volatilidade nas próximas semanas”, afirmou a empresa de análise de blockchain Glassnode na quinta-feira.
A questão é se o corte de juros do Fed e o novo programa de compra de títulos do Tesouro de US$ 40 bilhões por mês podem catalisar uma tendência de alta sustentada em meio à escassez de liquidez.
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Embora a resposta não tenha sido um “sim” enfático, os especialistas ouvidos pelo Decrypt adotaram uma postura cautelosamente otimista.
“O programa mensal de US$ 40 bilhões em T-bills oferece um suporte técnico”, observou Lim. No entanto, ele esclareceu que a intenção do Fed era “evitar que o sistema bancário travasse, não gerar o excesso de liquidez que as criptomoedas realmente precisam para ganhar tração de verdade”.
Baixa liquidez em momento de festas
“O gargalo de liquidez durante as festas também é real”, acrescentou, citando livros de ofertas mais vazios, vendas de ativos para compensação de prejuízos fiscais no fim do ano e a abordagem comedida do Fed como fatores que jogam contra uma “alta explosiva e ilíquida neste momento”.
Outros analistas enxergam a mudança macroeconômica gradualmente superando os ventos contrários de curto prazo.
“O mercado vai refletir cada vez mais o impacto de um ambiente monetário mais flexível”, disse Peter Chung, chefe de pesquisa da Presto Research. “Minha aposta é em uma alta com baixa liquidez”, acrescentou, prevendo “mais interesse de compra do que pressão de venda” devido aos cortes acumulados de juros em 2025 e ao novo programa de liquidez do Fed.
Ryan Yoon, analista sênior de pesquisa da Tiger Research, apresentou uma perspectiva igualmente ponderada.
“No curto prazo, o Bitcoin dificilmente vai atingir o custo médio do investidor ativo, de US$ 89 mil”, disse Yoon, observando que, embora o Bitcoin historicamente enfraqueça logo após cortes de juros, tende a se recuperar à medida que o dinamismo econômico retorna.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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