19.5 C
Brasília
sexta-feira, dezembro 5, 2025

Brasil lidera adoção global de banco cripto com ‘espírito antigoverno” e stablecoins no lugar do real

- Advertisement -spot_imgspot_img
- Advertisement -spot_imgspot_img

Resumo da notícia:

  • O Brasil é um dos líderes globais na adoção do neobanco cripto Ether.fi Cash.

  • O sucesso é atribuído a um “product-market fit” único: busca por dolarização e autonomia financeira.

  • Plataforma planeja expansão no país com suporte em português, aplicativo Android e integração total com o Pix.

O Brasil se consolidou como um mercado prioritário para o EtherFi Cash, o neobanco cripto que já movimenta mais de US$ 1 milhão diariamente. Em entrevista à Modular Crypto, Mike Silagadze, fundador do protocolo de finanças descentralizadas EtherFi (ETHFI), destacou a adoção acelerada do produto no país, atribuindo o sucesso a uma combinação de fatores que inclui a cultura “antigoverno” da população, a necessidade de trocar o real pelo dólar como forma de proteção patrimonial e o efeito viral entre a comunidade cripto local.

A adequação do EtherFi Cash às demandas dos usuários brasileiros – o chamado “product-market fit” – valida a tese global da EtherFi de que os neobancos cripto podem emergir como uma alternativa viável aos bancos tradicionais e às fintechs devido à sua natureza descentralizada e autocustodial.

Em visita ao país, Silagadze identificou nos brasileiros um desejo por autonomia combinado a um ceticismo em relação ao governo similar ao que predomina entre a população dos Estados Unidos:

“Existe um espírito aqui de anti-governo, de individualismo e de independência que é muito compatível com cripto.” 

A instabilidade econômica, que se reflete no poder de compra do real, cria uma demanda real por exposição ao dólar como forma de proteção patrimonial. No entanto, para o fundador da EtherFi, os brasileiros não desejam usar stablecoins apenas como reserva de valor:

“Eles querem poder gastar e usar suas criptomoedas na vida real, e querem fazer isso de uma forma fácil.”

Ao permitir que os usuários utilizem suas criptomoedas cotidianamente, combinando a funcionalidade dos pagamentos com proteção cambial, o EtherFi Cash oferece um diferencial em relação a fintechs tradicionais, como por exemplo o Nubank e o C6 Bank:

“A moeda local não é confiável, então as pessoas querem migrar para o dólar. O uso de stablecoins é uma necessidade real aqui.”

O terceiro diferencial do mercado brasileiro foi o efeito de rede. Silagadze afirma que a adoção no país foi “muito rápida e orgânica”, impulsionada por membros influentes da comunidade local que testaram e divulgaram o produto espontaneamente.

O fundador da EtherFi também ressaltou que o ambiente regulatório favorece o crescimento do produto no país:

“Pelo menos por enquanto, não parece que o arcabouço regulatório local esteja tentando proibir as criptomoedas de forma agressiva. Talvez isso aconteça no futuro, mas, por ora, parece suficientemente aberto para que possamos operar aqui sem violar nenhuma lei.”

O sucesso do EtherFi Cash no Brasil contrasta com a adoção em outros mercados importantes no ecossistema cripto, afirma Silagadze. Embora a Argentina compartilhe uma cultura similar de contestação a instituições governamentais e instabilidade econômica, o produto ainda não deslanchou no país vizinho devido à ausência do efeito viral.

Já na Coreia do Sul, as criptomoedas são mais associadas à especulação e o sistema financeiro é relativamente estável. Isso dificultou a adoção de um produto voltado a serviços bancários, segundo o CEO da EtherFi.

Pix, Android e suporte em português

Para seguir em expansão no Brasil, Silagadze planeja o lançamento de um aplicativo para Android, a abertura de canais de atendimento em português e o serviço de cashback para pagamentos via Pix. Por enquanto, os usuários são compensados apenas por compras realizadas com cartão.

Enquanto a experiência do usuário se torna cada vez mais similar à dos serviços bancários tradicionais, o EtherFi Cash opera através de plataformas descentralizadas que reduzem custos, oferecem melhores rendimentos com exposição ao dólar, via stablecoins, ou criptoativos consolidados como Bitcoin (BTC) e Ether (ETH).

O EtherFi Cash pode ser utilizado de dois modos distintos. O modo “Direct Pay” utiliza (USDC), (USDT) ou liquidUSD para pagamentos à vista, como um cartão de débito. O liquidUSD funciona como um investimento de renda variável que oferece rendimentos em torno de 10% ao ano sobre o saldo mantido pelo usuário.

No modo “Borrow“, os usuários podem utilizar tokens de restaking líquido de Bitcoin (BTC), Ether e outras criptomoedas como garantia para cobrir seus gastos. Com uma taxa de juros fixa de 4% ao ano, os usuários do Cash podem financiar seus gastos sem se desfazer de seus criptoativos.

EtherFi quer competir de igual para igual com bancos e fintechs

Silagadze revelou que atualmente o EtherFi Cash já movimenta até US$ 1,5 milhão por dia em volume de pagamentos, posicionando-se como um dos maiores neobancos cripto autocustodiais do mercado.

Volume total e diário movimentado pelo EtherFi Cash em dólares. Fonte: EtherFi

O primeiro objetivo da EtherFi é competir de igual para igual com exchanges centralizadas, cujos serviços bancários movimentam em torno de US$ 10 milhões diariamente. No futuro, a EtherFi projeta atingir um volume diário de transações entre US$ 30 milhões e US$ 100 milhões, desafiando fintechs e instituições financeiras tradicionais.

Para isso, é necessário que o produto seja capaz de atender a um público mais amplo, tornando a interface do aplicativo mais simples e intuitiva. Transformar DeFi na infraestrutura invisível do sistema financeiro é uma dos objetivos prioritários do EtherFi Cash.

Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, existe demanda concreta por produtos cripto que ofereçam autonomia financeira e acesso facilitado a moedas fortes, desde que a experiência do usuário seja simples e intuitiva.

[Fonte Original]

- Advertisement -spot_imgspot_img

Destaques

- Advertisement -spot_img

Últimas Notícias

- Advertisement -spot_img