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segunda-feira, dezembro 29, 2025

China permitirá que bancos paguem juros sobre o yuan digital para impulsionar sua adoção

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A China dará um novo passo em sua estratégia para ampliar o uso do yuan digital ao permitir que bancos comerciais passem a pagar juros sobre saldos mantidos na moeda digital estatal, uma mudança relevante no desenho do projeto que vem sendo desenvolvido há cerca de uma década.

A decisão foi anunciada pelo Banco Popular da China e representa uma tentativa de tornar o e-CNY mais atrativo para usuários e instituições financeiras, diante das dificuldades persistentes de adoção em larga escala.

Segundo Lu Lei, vice-governador do Banco Popular da China, o yuan digital deixará de funcionar apenas como uma forma de dinheiro digital para assumir o papel de “moeda digital de depósito” dentro de uma nova estrutura que entrará em vigor em 1º de janeiro de 2026.

Em artigo publicado no jornal estatal Financial News, o dirigente afirmou que a reformulação é fruto de anos de testes e programas piloto, iniciados oficialmente em 2019, e reflete a maturidade alcançada pelo projeto após uma longa fase experimental.

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Com as novas regras, os bancos passarão a remunerar carteiras digitais de yuan verificadas, seguindo os acordos de autorregulação já existentes para a precificação de depósitos tradicionais. Além disso, os saldos mantidos em e-CNY passarão a contar com o mesmo nível de proteção oferecido pelo sistema de seguro de depósitos da China, equiparando a moeda digital aos depósitos bancários convencionais.

A mudança também dá maior flexibilidade às instituições financeiras para administrar esses recursos dentro de suas operações de ativos e passivos, integrando o yuan digital de forma mais direta ao sistema bancário.

Para instituições de pagamento não bancárias, o Banco Popular da China informou que os fundos de reserva em yuan digital serão tratados da mesma maneira que as reservas de clientes já exigidas atualmente, com aplicação de uma taxa de reserva de 100%. A medida busca manter o controle prudencial do sistema, ao mesmo tempo em que amplia o espaço para que o e-CNY seja utilizado de forma mais ampla na economia.

Crescimento do yuan digital

Os números divulgados pelas autoridades mostram a dimensão já alcançada pelo projeto, ainda que a adoção cotidiana continue sendo um desafio. Até o fim de novembro de 2025, a China havia processado 3,48 bilhões de transações em yuan digital, somando 16,7 trilhões de yuans, o equivalente a cerca de US$ 2,38 trilhões. Mesmo com esse volume expressivo, o e-CNY ainda enfrenta forte concorrência de plataformas privadas consolidadas, como WeChat Pay e Alipay, que dominam os pagamentos digitais no país.

A decisão de permitir o pagamento de juros ocorre em um momento de intensificação dos esforços chineses para impulsionar o yuan digital, inclusive fora de suas fronteiras. Recentemente, o banco central sinalizou a expansão do uso transfronteiriço do e-CNY, com projetos piloto planejados em parceria com Singapura e iniciativas voltadas a mercados como Tailândia, Hong Kong, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita. Em setembro, a China também inaugurou em Xangai o Centro de Operações Internacionais do e-CNY, com o objetivo de ampliar a influência global da moeda chinesa.

Apesar do avanço da moeda digital estatal e da adoção aberta de tecnologias como blockchain, a China mantém sua postura restritiva em relação ao mercado de criptomoedas privadas. A negociação e a mineração de criptoativos continuam proibidas na China continental, reforçando a estratégia do país de apostar em uma infraestrutura digital controlada pelo Estado como alternativa às criptomoedas descentralizadas.

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[Fonte Original]

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