Resumo da notícia
Ethereum preserva 60% do mercado de stablecoins, mesmo com expansão de redes como Solana, Tron e BNB Chain.
Rede pode absorver US$ 850 bilhões em novas stablecoins até 2028, segundo projeções da Token Terminal.
Stablecoins ganham espaço no Brasil, já representando 90% do volume negociado em criptomoedas no país
Novos dados da Token Terminal mostram que o Ethereum segue como o principal pilar da economia global de stablecoins, concentrando cerca de 60% do mercado. Mesmo com a expansão dessas moedas digitais em diferentes redes de Camada 1 e Camada 2, o Ethereum mantém uma fatia dominante e continua sendo a camada de liquidação preferida pelo setor.
Mesmo com o crescimento de concorrentes como Tron, Solana, BNB Chain, Base e Arbitrum, o Ethereum continua liderando de forma ampla. A participação relativa da rede diminuiu quando comparada aos ciclos anteriores, mas estabilizou próximo dos 60%, ainda muito acima de qualquer outra blockchain isolada.
De acordo com a Token Terminal, a razão está ligada à alta liquidez, à infraestrutura consolidada e ao papel estratégico que o Ethereum ocupa nas finanças descentralizadas, na tokenização de ativos e na atividade institucional on-chain. Além disso, mesmo quando perde participação percentual, o Ethereum continua crescendo em termos absolutos, acompanhando a expansão geral do mercado.
A projeção reforça esse ponto. Mesmo em um cenário conservador, no qual a fatia do Ethereum caia de 60% para 50%, a rede ainda absorveria cerca de US$ 850 bilhões em novas stablecoins até 2028. Isso ocorre porque o crescimento total do mercado deve compensar qualquer perda relativa de participação.
Ethereum holds 60% market share in stablecoins.
Another $1.7 trillion is expected to come onchain in the next 3 years.
Assuming a gradual market share decline for @ethereum (from 60% to 50%), the L1 would still see $850 billion in new stablecoin supply by 2028. pic.twitter.com/vyRMXZV63C
— Token Terminal 📊 (@tokenterminal) December 15, 2025
Stablecoins x CBDCs
O avanço das stablecoins ocorre em paralelo ao debate sobre moedas digitais de bancos centrais (CBDCs). Enquanto governos estruturam seus modelos, as stablecoins já operam em escala global, com liquidação imediata e integração a plataformas corporativas.
Hoje, empresas utilizam esses ativos para superar limitações do sistema tradicional, como prazos longos de compensação, custos elevados em pagamentos internacionais, gestão multimoedas e automação de fluxos financeiros.
No Brasil, o protagonismo das stablecoins é evidente. Elas já representam 90% do volume total de valor em criptomoedas negociado no país. Somente em julho de 2025, foram movimentados R$ 9,3 bilhões, com média diária de R$ 300 milhões, segundo a Biscoint, mostrando que o ativo se tornou parte central das operações digitais.
“As stablecoins deixaram de ser apenas um ativo do ecossistema cripto para se tornarem uma camada financeira usada diariamente. No Brasil, elas já sustentam operações que exigem liquidez e previsibilidade, de remessas internacionais a gestão de caixa”, afirma Sofia Düesberg, General Manager da Conduit no Brasil.
De acordo com ela, cenário é de complementaridade: stablecoins atendem necessidades imediatas das empresas, enquanto as CBDCs fortalecem a infraestrutura local.
“Essa combinação tende a acelerar a integração dos mercados internacionais, especialmente em economias emergentes”, completa Düesberg.
No campo regulatório, o Banco Central definiu que, a partir de fevereiro de 2026, operações com stablecoins serão categorizadas como câmbio, trazendo novas exigências para plataformas e usuários.
“O uso das stablecoins, especialmente as atreladas ao dólar, está apenas no início da sua curva de ascensão global. No contexto brasileiro, a combinação entre câmbio desfavorável, taxas elevadas e a facilidade de conversão das stablecoins começa a tornar essa alternativa cada vez mais atraente para quem faz compras natalinas no exterior ou em sites internacionais”, afirma Cleverson Pereira, head educacional da OnilX.
De acordo com ele, a expectativa é de que varejistas internacionais ampliem ferramentas de pagamento compatíveis e que novos serviços de conversão e custódia sejam desenvolvidos para atender à demanda. Com a regulação avançando, consumidores devem encontrar um ambiente mais seguro, embora ainda em evolução.
“Estamos em uma fase em que o pagamento internacional tende a se tornar mais simples, rápido e transparente, e as stablecoins devem ocupar papel central nessa transformação”, conclui Cleverson Pereira.