Resumo da notícia
Fenynx estreia na B3 com crédito usando Bitcoin, stablecoins e tokens como garantia.
Empréstimos a partir de R$ 50 mil liberados em até uma hora, com juros de 1,3% ao mês.
Modelo híbrido TradFi + DeFi promete ampliar acesso ao crédito sem depender de exchanges.
O Brasil ganhou mais uma empresa de Bitcoin e criptomoedas listada na B3, a Fenynx, a proposta da companhia é oferecer crédito com garantia em ativos digitais, permitindo que pessoas e empresas utilizem Bitcoin, stablecoins e ativos tokenizados como colateral.
Por meio da oferta subsequente de tokens representativos de suas ações para garantir liquidez aos primeiros investidores, a Fenynx negociará, sob o ticker FNYX01, os ativos dentro da plataforma customizável da B3 que permite a tokenização dos Contratos de Investimento Coletivo e dos ativos emitidos nas plataformas de crowdfunding durante as captações primárias.
Esses tokens podem ser negociados posteriormente pelas plataformas que utilizam a tecnologia da B3, com controle de titularidade e rastreabilidade das operações, garantindo aos investidores facilidade e segurança na compra e venda de suas participações.
“As plataformas de financiamento coletivo representam, para muitas empresas, a porta de entrada no mercado de capitais. Na B3, temos o compromisso de apoiar o crescimento de startups, pequenas e médias empresas, que desempenham um papel fundamental no desenvolvimento da economia brasileira. Nosso objetivo é facilitar a democratização dos investimentos e gerar oportunidades de negócios para essas companhias”, comenta Flávia Mouta, diretora de Emissores e Relacionamento da B3.
Inicialmente, a Fenynx fará empréstimos para investidores que coloquem Bitcoin como garantia. Após três meses será implementado o uso de stablecoins, e até junho de 2026 a previsão é incluir ativos tokenizados.
Pegar empréstimo usando Bitcoin como garantia
A modalidade vai permitir que investidores acessem empréstimos a partir de R$ 50 mil, em até uma hora, colocando os ativos em garantia. O teto de valor financiado é de R$ 2 milhões, e o investidor pode receber os recursos em reais em uma conta bancária brasileira, via PIX; em dólar, em uma conta nos Estados Unidos; ou em stablecoins, em uma carteira regulada.
Segundo a empresa, diferentemente de outras alternativas que utilizam criptomoedas como garantia para empréstimos, a meta da Fenynx é unir o mercado centralizado com o descentralizado com foco no crédito de ativos digitais, para que o investidor possa ter acesso aos recursos fora das próprias exchanges, obtendo o crédito por bancos, corretoras tradicionais, escritórios autônomos de investimentos ou mesmo hard wallets, oferecendo um modelo As a Service como maior diferencial.
“Atualmente, o investidor que acessa esses empréstimos de criptomoedas precisa comprar bitcoin em uma plataforma de exchange, muitas vezes com custos elevados, para oferecer como garantia. Queremos simplificar e diversificar esse processo, para que ele usufrua dos bitcoin que possui em outras exchanges, corretoras e instituições sem a necessidade de centralizar o crédito”, afirma Lucas Montanini, CEO da Fenynx, que tem como sócio Luan Rodrigues, na função de CTO.
O empréstimo sempre será equivalente a 50% do valor aplicado pelo investidor em criptomoedas ou tokens, para garantir a segurança da operação. Os juros, de 1,3% ao mês, são inferiores à média praticada pelo mercado, de 0,70% e 6,48% ao mês, de acordo com o Banco Central, mas podem variar de acordo com a garantia e tempo de investimento.
O CEO da Fenynx explica que, ao ter acesso ao crédito, o investidor tem o prazo de um ano para começar a pagar o empréstimo com juros anualizados de 16,76% – um pouco acima da Selic, mas pode fazer pagamentos antecipados, reduzindo também os juros aplicados no financiamento.
Os juros do empréstimo ficam travados até o final do contrato e não mudam com as variações da Selic. O investidor que preferir não pagar as parcelas do empréstimo em dinheiro, pode autorizar a venda de parte dos seus criptoativos para honrar o financiamento.
E se o Bitcoin cair, como fica meu empréstimo?
Pelo fato de o Bitcoin ser um ativo muito volátil, com cotações que sofrem mudanças abruptas, Montanini explica que caso a criptomoeda em garantia oscile e fique abaixo dos valores exigidos, o investidor não tem seus ativos vendidos no mercado, porque pode optar também por fazer um depósito para equilibrar a garantia. Existe ainda a possibilidade de aumentar a posição, com risco mais controlado.
“Se o investidor não tem recursos para aportar diante de uma grande oportunidade, ele não precisa vender o carro ou a casa nem se alavancar. Ele pode optar por um empréstimo seguro, enquanto os recursos seguem rendendo”, destaca o CEO da Fenynx.
Em parceria com a Zuvia, uma tokenizadora de ativos e plataforma de crowdfunding autorizada pela CVM, a Fenynx realizou uma rodada de captação de R$ 1,55 milhão junto a investidores-anjo, alcançando uma avaliação de mercado de R$ 13,8 milhões. Atualmente, a Fenynx conta com 11 investidores e advisors em sua base, inaugurando uma nova era em que investidores anjos podem ter liquidez antecipada, sem precisar aguardar o tempo de maturação ou o exit tradicional da startup.
O Conselho da Fenynx conta com Victor Cunha, sócio da Coopera Ventures; Marcelo Schuman, fundador da Swap; Juarez Borges Filho, General Manager LATAM da Checkout.com; Conrado Pontes, sócio G2 Capital e Banco Modal; Leonardo Morales, fundador Flow Fintech, Carlos Akira, VP Relações Institucionais Pagos; C. Cassel, Founder CEO da CambioReal Inc; Ricardo Carvalho, Co-fundador G2 Capital; Sandro Almeida, ex Citi Bank, Via Varejo e Carrefour.