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terça-feira, dezembro 16, 2025

Nova dinâmica dos ciclos de mercado do Bitcoin é imprevisível, diz Hashdex

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Resumo da notícia:

  • Apesar dos riscos de queda no curto prazo, adoção institucional, stablecoins e tokenização podem sustentar novas máximas do Bitcoin antes do próximo halving.

Com base no histórico dos ciclos de mercado do Bitcoin, 2025 deveria ter sido um ano de forte alta rumo a novas máximas históricas, marcado pela euforia do varejo e pela explosão das altcoins. No entanto, o preço do Bitcoin (BTC) se aproxima do fechamento anual com queda acumulada de 8%, de acordo com dados da TradingView.

Gráfico diário BTC/USDT (Binance). Fonte: TradingView

Isso significa que o padrão cíclico de quatro anos, estruturado em torno do halving, chegou ao fim? A resposta não é tão simples. Sob diferentes perspectivas, a resposta pode ser tanto sim quanto não, segundo Samir Kerbage, CIO da gestora de ativos digitais Hashdex.

Na mais recente edição do boletim “Notas do CIO”, Kerbage afirma que o desempenho, até certo ponto decepcionante, do Bitcoin em 2025 indica que o mercado entrou em uma nova fase.

Apesar da semelhança com ciclos anteriores, os três anos que se passaram desde o fundo do mercado de baixa em novembro de 2022 testemunharam uma mudança estrutural.

A entrada dos investidores institucionais e a popularização de veículos de investimento tradicionais, como os ETFs, alteraram a dinâmica do mercado. Se antes o que fazia preço era a euforia do varejo, agora é a sobriedade dos gestores que dita o ritmo das oscilações de preço.

Para Kerbage, a primeira evidência dessa mudança é que o Bitcoin não confirmou a expectativa de alta exponencial típica de um ciclo de padrão clássico:

“Em relação às máximas históricas de 2021, o mercado cripto está apenas cerca de 60% acima, o que está aproximadamente em linha com o Nasdaq-100. Em outras palavras, não testemunhamos a mesma euforia especulativa observada em ciclos anteriores, e não vimos os excessos típicos que normalmente acompanham esses topos de mercado.”

Isso aconteceu fundamentalmente porque o varejo perdeu protagonismo e os investidores institucionais entraram em cena, com uma estratégia de investimento e gestão de risco diametralmente oposta:

“Durante anos, a base de investidores em cripto foi dominada por traders de varejo orientados por momentum — participantes que tendem a comprar quando os preços sobem e a vender quando o momentum enfraquece.”

Já os investidores institucionais adotam uma estratégia mais alinhada ao mercado tradicional, caracterizada pelo aumento de exposição em períodos de baixa e pela redução quando os preços sobem de forma significativa, explica o executivo:

“Esse comportamento contracíclico naturalmente reduz a volatilidade e suaviza os extremos dos ciclos históricos de cripto. É provavelmente uma das principais razões pelas quais não vimos o tipo de blow-off top que marcou 2013, 2017 ou 2021 — e por que a volatilidade permaneceu inesperadamente contida nos últimos meses.”

O que esperar da nova dinâmica do mercado daqui por diante?

Embora o ciclo atual tenha quebrado o padrão histórico do mercado cripto, ainda restam algumas semelhanças que podem ajudar os investidores a se preparar para 2026.

Gráfico anotado da estrutura dos ciclos do Bitcoin. Fonte: Hashdex

Segundo Kerbage, a continuidade da atual tendência de queda “continua totalmente possível”: 

“Uma queda adicional do bitcoin seria consistente com retrações históricas, especialmente considerando o regime de menor volatilidade atual.”

Por outro lado, Kerbage enfatiza que o mercado cripto tende a se beneficiar da adoção crescente de stablecoins e dos avanços nos campos de tokenização de ativos reais (RWA) e inteligência artificial (IA).

Nesse cenário, o executivo vislumbra um possível descolamento do preço de tokens de plataformas de contratos inteligentes como Ethereum (ETH) e Solana (SOL) em relação ao Bitcoin:

“Se o ambiente macro permanecer construtivo para ativos de risco, particularmente se a dinâmica de ações movida por IA continuar, esse segmento do mercado [smart contracts] poderá se manter resiliente.”

Segundo Kerbage, o momento exige uma recalibragem de estratégias e expectativas, pois o mercado cripto estaria submetido a duas forças opostas:

“Os padrões cíclicos de ciclos passados sugerem cautela e disciplina. Enquanto isso, a história das tecnologias exponenciais — computadores pessoais, internet, inteligência artificial — nos lembra que ficar de fora durante períodos de transformação estrutural pode custar caro.”

Em um cenário positivo para os ativos de risco, a combinação de fluxos institucionais consistentes, um ambiente macroeconômico favorável e a integração do ecossistema de ativos digitais com os mercados tradicionais, o Bitcoin poderia atingir novas máximas históricas antes do próximo halving, que ocorrerá no início de 2028, sugere o executivo:

“Um caminho rumo a US$ 300.000 neste ciclo é matematicamente consistente com a dinâmica atual de fluxos e a elasticidade histórica. Isso não é uma previsão, mas uma demonstração de que tais resultados estão claramente dentro do campo das possibilidades.”

Para investidores com foco no longo prazo, os fundamentos do mercado permanecem inalterados, “independentemente de o ciclo de quatro anos estar terminando ou apenas mudando de forma”, conclui Kerbage.

Conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil, o comportamento recente do Bitcoin é típico de um mercado de baixa, segundo análise da CryptoQuant. “Uma fase de mercado de baixa mais profunda, potencialmente em direção à região dos US$ 50 mil, é provável antes do próximo movimento significativo de alta”, afirmou a analista Pelin Ay, em uma postagem no blog “Quicktake”.

[Fonte Original]

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