Resumo da notícia:
Z.ro Bank cria unidade para dedicada a pagamentos e transferências internacionais com criptoativos.
A Z.ro Digital Assets utilizará tecnologia proprietária e projeta movimentar US$ 20 bilhões até 2030.
O lançamento ocorre após a publicação de regras que enquadram certas operações com stablecoins no mercado de câmbio.
O Z.ro Bank, um dos primeiros bancos criptonativos do Brasil, anunciou o lançamento de uma unidade dedicada a pagamentos e transferências internacionais alinhada aos novos parâmetros regulatórios do Banco Central (BC).
A Z.ro Digital Assets terá base operacional na Suíça e utilizará tecnologia proprietária para custódia e movimentação de criptoativos, segundo reportagem da Folha de São Paulo. A iniciativa visa expandir a presença do Z.ro Bank para além da América Latina, onde hoje se concentra a maior parte de sua base de usuários.
A missão da Z.ro Digital Assets é abrir novos canais financeiros nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia, com a meta de atingir US$ 20 bilhões em volume de transações até 2030, afirmou Sérgio Massa, ex-diretor de operações do Z.ro Bank, que assume a liderança da nova unidade:
“No cross-border, cada minuto custa dinheiro. O que fizemos foi usar tecnologia para encurtar caminhos, reduzir intermediários e entregar previsibilidade. A América Latina precisa de rotas internacionais que funcionem de forma simples e segura. E é exatamente isso que estamos oferecendo.”
A Z.ro Digital Assets utilizará infraestrutura própria para processar pagamentos e transferências. A independência em relação a outras instituições financeiras e plataformas de criptoativos permite que as transações sejam processadas com maior rapidez, eficiência e custos baixos, explicou Massa.
O lançamento da nova unidade ocorre um mês depois que o BC publicou normas que enquadram as operações com stablecoins no mercado de câmbio, estabelecendo responsabilidades e limites à atuação de Sociedades Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais (SPSAVs) baseadas no Brasil.
A Resolução BCB nº 521 obriga as SPSAVs e outras instituições autorizadas a operar no mercado a prestar informações detalhadas ao BC sobre transações envolvendo stablecoins a partir de maio de 2026.
O BC também estabeleceu o limite de US$ 100.000 para pagamentos e transferências internacionais com ativos virtuais quando a contraparte não for instituição autorizada a operar no mercado de câmbio.
As operações de investimento com criptoativos passam a seguir as regras de capitais brasileiros no exterior e de capitais estrangeiros no País.
A clareza regulatória permite que o Z.ro Bank fortaleça sua posição no crescente mercado de stablecoins. Segundo um relatório do fundo de capital de risco a16z, o volume de negociação dos criptoativos atrelados ao dólar atingiu US$ 9 trilhões entre janeiro e outubro de 2025.
Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, a gestora brasileira Hashdex estima que a capitalização de mercado das stablecoins alcance US$ 4 trilhões até 2030. Atualmente, é de US$ 295 bilhões. Isso representaria um crescimento de aproximadamente 13,5 vezes nos próximos cinco anos.