(Reuters) – O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, com a ausência de sinais claros sobre taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos, alémde receios envolvendo o cenário eleitoral de 2026 avalizando novo movimento de realização de lucros, após fortes ganhos acumulados na bolsa em 2025.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa .BVSP caiu 0,79%, a 157.327,26 pontos, após marcar 156.350,81 pontos na mínima e 158.610,62 pontos na máxima. No ano, ainda sobe mais de 30%, tendo superado 165 mil pontos pela primeira vez na sua história no começo do mês.
O volume financeiro somou R$66,88 bilhões nesta quarta-feira, marcada ainda por vencimento de opções sobre o Ibovespa e de contrato futuro do índice.
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De acordo com o operador de renda variável Patrick Buss, da Manchester Investimentos, é um novo dia, mas os motivos para a queda da bolsa são os mesmos – perspectivas para a Selic e eleições do próximo ano.
No caso das perspectivas para os próximos passos do Banco Central, mesmo com muitos economistas reiterando previsão de corte da Selic em janeiro, ele avalia que o mercado tem começado a descartar tal possibilidade e começou a ajustar a aposta de uma redução apenas em março.
Em relação ao cenário eleitoral, mesmo com expectativas de maior volatilidade apenas no próximo ano, a partir do final do primeiro trimestre, o noticiário sobre potenciais candidatos de oposição continua no radar, principalmente sinalizações de que Flávio Bolsonaro (PL) deve mesmo concorrer ao Planalto.
Investidores temem uma divisão na oposição com a entrada de Flávio Bolsonaro, o que poderia reduzir as chances de uma eventual vitória sobre Lula. Uma das esperanças no mercado com uma mudança em Brasília é de melhora no quadro fiscal do país, dada a trajetória crescente da dívida pública em relação ao PIB.
A queda na bolsa ainda teve como pano de fundo o viés negativo nos pregões em Wall Street, onde o S&P 500 .SPX fechou em baixa de mais de 1%, com preocupações persistentes sobre inteligência artificial pesando sobre as ações de tecnologia.
DESTAQUES
- VIVARA ON (VIVA3) recuou 5,1%, no segundo pregão seguido de alta, vinda de quatro altas consecutivas, período em que acumulou uma valorização de mais de 9%. A correção acompanhou o ajuste negativo em outros papéis sensíveis a juros, tendo como pano de fundo ao avanço nas taxas dos contratos de DI. Nesse contexto, LOCALIZA ON (RENT3) caiu 3,73%.
- DIRECIONAL ON (DIRR3) perdeu 4,26%, tendo ainda no radar relatório do JPMorgan, reiterando recomendação neutra para a ação, citando “valuation” e “upside” limitado. No setor, MRV&CO ON (MRVE3) subiu 0,37%, com os analistas do banco norte-americano elevando a recomendação do papel para “overweight”, esperando uma recuperação “bullish” em 2026.
- BRAVA ENERGIA ON (BRAV3) avançou 3,69%, em dia de alta do petróleo no exterior e com agentes atentos a noticiário sobre interesse de investidores em ativos da companhia. A empresa prevê investir US$550 milhões em 2026, sendo dois terços em sua estratégia de expansão, que prevê a perfuração de quatro poços entre 2026 e 2027, e o restante em manutenção.
- VALE ON (VALE3) subiu 1,27%, endossada pelo avanço dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato futuro mais negociado na Dalian Commodity Exchange fechou o dia em alta de 1,25%. A alta do dólar em relação ao real foi mais um componente favorável para a mineradora, assim como para outras exportadoras. SUZANO ON (SUZB3) valorizou-se 1,78%.
- BTG PACTUAL UNIT (BPAC11) perdeu 3,29%, pior desempenho entre os bancos do Ibovespa no dia, enquanto BRADESCO PN (BBDC4) cedeu 0,82%, SANTANDER BRASIL UNIT (SANB11) recuou 0,6%, BANCO DO BRASIL ON (BBAS3) caiu 0,74% e ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) encerrou com decréscimo de 0,89%. Ainda no setor financeiro, B3 ON (B3SA3) recuou 3,43%.
- PETROBRAS PN (PETR4) subiu 1,11%, tendo como pano de fundo o avanço dos preços do petróleo no exterior. Investidores continuam monitorando a greve dos petroleiros da estatal, que, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), alcançou 100% de adesão nas plataformas da Bacia de Campos. A Petrobras disse que, até o momento, não houve impacto na produção.