A seleção brasileira não terá vida fácil na caminhada rumo ao hexa. O sorteio da Copa do Mundo de 2026, realizado pela Fifa nesta sexta-feira, nos Estados Unidos, definiu o Marrocos como o primeiro adversário dos comandados de Carlo Ancelotti. O Brasil está no Grupo C e enfrentará também Escócia e Haiti.
Brasil e Marrocos já se enfrentaram três vezes na história. A seleção brasileira venceu os dois primeiros confrontos: 2 a 0 em um amistoso em 1997 e 3 a 0 na fase de grupos da Copa do Mundo de 1998, edição em que o Brasil foi vice-campeão ao perder para a França. O duelo mais recente, no entanto, terminou com vitória marroquina por 2 a 1, em amistoso realizado em 2023. Na ocasião, o Brasil era comandado interinamente por Ramon Menezes, e o gol brasileiro foi marcado por Casemiro.
O resultado de 2023 não foi surpreendente. Enquanto a CBF enfrentava uma crise institucional que afetava o futebol, Marrocos colhia os frutos de um projeto ambicioso iniciado mais de uma década antes. Investimentos em infraestrutura e na prospecção de talentos culminaram na histórica campanha da Copa do Catar, em 2022, quando a seleção marroquina alcançou o quarto lugar, o melhor desempenho de uma equipe africana na história do torneio.
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Na Copa do Catar, Marrocos liderou um grupo que incluía Bélgica e Croácia, eliminou Espanha (nos pênaltis) nas oitavas de final e Portugal nas quartas, antes de ser derrotado pela França na semifinal. Na disputa pelo terceiro lugar, perdeu para a Croácia por 2 a 1, seleção que havia eliminado o Brasil.
Para o Mundial de 2026, Marrocos chega com moral elevado após uma campanha impecável nas Eliminatórias: oito jogos, oito vitórias, 20 gols marcados e apenas dois sofridos. Entre os destaques estão as goleadas por 6 a 0 sobre o Congo e 5 a 0 contra o Níger. O grupo também incluía Tanzânia e Zâmbia.
Considerada a melhor seleção africana da atualidade, Marrocos será a anfitriã da Copa Africana de Nações, que ocorrerá entre 21 de dezembro de 2025 e 18 de janeiro de 2026, e é a favorita ao título. O país também tem se destacado nas categorias de base, conquistando o Mundial Sub-20 de 2025, no Chile, ao superar seleções como França e Argentina, além de ter garantido a medalha de bronze na Olimpíada de Paris-2024.
Craques em destaque
O principal nome da seleção marroquina é Achraf Hakimi, capitão da equipe e lateral-direito do Paris Saint-Germain. Aos 27 anos, Hakimi foi o sexto colocado no prêmio Bola de Ouro 2025 e é um dos pilares do time. Revelado pelo Real Madrid, ele já passou por clubes como Borussia Dortmund e Internazionale antes de brilhar no futebol francês.
Além de Hakimi, outros jogadores se destacam na equipe, como Noussair Mazraoui (Manchester United), Yassine Bounou (Al-Hilal), Nayef Aguerd (Olympique de Marselha), Sofyan Amrabat (Real Betis), Azzedine Ounahi (Olympique de Marselha) e Youssef En-Nesyri (Fenerbahçe). Entre os novos talentos, o meia-atacante Brahim Díaz, do Real Madrid, é um exemplo do sucesso do programa de recrutamento de talentos da diáspora africana, iniciado pela Real Federação Marroquina de Futebol em 2010. Dos 26 convocados para a Copa do Catar, 14 nasceram fora do Marrocos, em países como França, Bélgica, Holanda, Itália e Canadá.
O técnico Walid Regragui
O técnico Walid Regragui, de 50 anos, também é fruto da diáspora marroquina. Nascido na França, ele construiu sua carreira como jogador em clubes menores da França, Espanha e Suíça. Como treinador, destacou-se ao levar o Wydad Casablanca ao título da Champions League africana em 2021/22, o que o credenciou a assumir a seleção marroquina três meses antes da Copa do Catar.
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Sob seu comando, Marrocos voltou ao mata-mata de uma Copa do Mundo após 26 anos e consolidou-se como uma potência emergente no futebol mundial. Em 2023, Regragui foi eleito o técnico do ano pela Confederação Africana e indicado ao prêmio The Best da Fifa.