Laurent Simons, nascido em Ostende, na Bélgica, em 2010, acumulou marcos acadêmicos em uma velocidade incomum. Terminou o ensino médio aos oito anos, completou a graduação em Física em 18 meses e obteve um mestrado em Física Quântica aos doze. Agora, antes mesmo de alcançar a maioridade, já defendeu uma tese doutoral em um dos campos mais complexos da ciência.
Seu doutorado na Universidade de Antuérpia está centrado em Física Quântica, uma área que estuda o comportamento das partículas menores do universo e que, nas palavras do próprio Simons, pode ser considerada “o fundamento de tudo”. Entre outros projetos, trabalhou com condensados de Bose-Einstein em temperaturas ultrabaixas e explorou analogias entre estados de bósons e buracos negros.
Apesar de sua idade, o jovem prodígio tem um currículo extenso: passou por programas de Engenharia Elétrica na Universidade Técnica de Eindhoven, fez estágios em óptica quântica no Instituto Max Planck e participou de diferentes ambientes de pesquisa de alto nível. Um conflito com a universidade holandesa, que não quis acelerar sua graduação por temor à pressão midiática, levou-o a se transferir para Antuérpia (Amberes), onde pôde avançar no ritmo que sua capacidade permitia.
Simons não esconde a ambição de seu projeto de vida. Seu objetivo, explica, é aproximar-se de uma forma de “imortalidade” biológica realista: prolongar de maneira significativa a expectativa de vida e melhorar o corpo humano por meio da tecnologia. Para alcançá-lo, quer combinar Física, Química, Medicina e Inteligência Artificial em uma abordagem interdisciplinar que vá desde a compreensão fundamental da matéria até aplicações clínicas.
O próximo passo já está em andamento. Após defender sua tese em Antuérpia, ele se mudou para Munique, onde realiza um segundo doutorado em ciência médica com foco em inteligência artificial. Calcula que levará entre um ano e meio e dois anos para concluí-lo e, depois, planeja continuar vinculado à academia, pesquisando e aperfeiçoando seus conhecimentos na interface entre Física e Medicina.
Seu talento despertou o interesse de grandes investidores e empresas de tecnologia que acompanham de perto sua trajetória. Segundo o pai do menino, eles receberam contatos de pessoas “incrivelmente ricas” interessadas em apoiar seus projetos, embora, por enquanto, não haja acordos fechados. O próprio Laurent não descarta uma futura incursão no mundo empresarial, mas por ora assegura que prefere se concentrar na ciência.
Apesar da aura de “criança prodígio” que o rodeia, Simons mantém hábitos próprios de qualquer adolescente. Gosta de passar tempo com amigos, jogar videogame e fazer maratonas de filmes da Marvel. Sua família insiste que, além dos recordes, procuram garantir que sua formação seja compatível com uma vida pessoal equilibrada.
O caso de Laurent Simons volta a abrir o debate sobre como gerir o talento extremo na infância e na adolescência. Ele, entretanto, resume seu horizonte com uma ideia fixa: usar sua inteligência e sua formação para melhorar a medicina e prolongar a vida humana, convencido de que a combinação entre ciência básica e inteligência artificial será fundamental para construir os “super-humanos” que imagina.