A Rússia fez uma oferta à França em relação a um pesquisador preso que enfrenta acusações de espionagem que podem resultar em uma pena de até 20 anos de prisão, informou o Kremlin nesta quinta-feira. A inesperada manifestação pública gerou esperanças na família de Laurent Vinatier de que ele pudesse ser libertado em breve. Isso ocorreu no mesmo momento em que a Rússia e a França expressaram interesse em possíveis conversas entre os presidentes Vladimir Putin e Emmanuel Macron.
Macron está “totalmente mobilizado” para obter a libertação de Vinatier “o mais rápido possível”, afirmou seu gabinete, insistindo que o pesquisador está sendo detido “arbitrariamente”. Vinatier, de 49 anos, que trabalha para uma ONG suíça de mediação de conflitos, foi preso em junho de 2024 e cumpre pena de três anos por não se registrar como “agente estrangeiro”. Ele agora enfrenta novas acusações de espionagem. Vinatier está entre vários cidadãos ocidentais que, segundo seus governos, estão sendo mantidos como reféns.
“Houve contatos apropriados entre o nosso lado e os franceses. De fato, uma proposta foi feita aos franceses a respeito de Vinatier”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres, incluindo a AFP. Ele não deu detalhes, mas acrescentou que “a bola agora está com a França”.
A família de Vinatier afirma que ele é vítima das tensões entre Moscou e Paris devido à guerra na Ucrânia. Frederic Belot, advogado da família, disse que esperava que Vinatier pudesse ser libertado até o Natal Ortodoxo, em 7 de janeiro. Ele afirmou que uma troca de prisioneiros era possível, mas que queria ser “extremamente prudente”. A mãe do pesquisador, Brigitte Vinatier, disse à emissora BFMTV que seu filho estava bem e era “resiliente”.
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Tanque Leopard-1A5 fornecido pela Otan dispara enquanto soldados ucranianos realizam exercícios antes de se moverem para a linha de frente na região de Kharkiv — Foto: David Guttenfelder/The New York Times
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Presidente do comitê de defesa da Alemanha, Marcus Faber disse que a Ucrânia estava livre para usar ‘todos os materiais’ doados, incluindo os tanques de batalha Leopard-2 de fabricação alemã — Foto: Maciek Nabrdalik/The New York Times
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Soldados ucranianos testam tanque Leopard-1A5; equipamento foi doado por aliados ocidentais para a Ucrânia — Foto: David Guttenfelder/The New York Times
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Soldados ucranianos se preparam para seguir para a linha de frente no veículo blindado Bradley, doado pelos Estados Unidos — Foto: Nicole Tung/The New York Times
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Soldados ucranianos preparam munição em abril de 2024, quando ajuda americana à Ucrânia estava paralisada — Foto: Nicole Tung/The New York Times
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Membro de equipe de artilharia ucraniana armazena munições em posição de tiro perto da cidade de Vovchansk, no norte da cidade ucraniana de Kharkiv — Foto: Finbarr O’Reilly /The New York Times
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Instalações de manufatura da Skyeton, empresa ucraniana que fabrica drones de longo alcance com sistemas automatizados para voar — Foto: Sasha Maslov/The New York Times
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Soldado na região nordeste de Kharkiv, na Ucrânia, prende explosivos a um drone para uma missão de ataque a um alvo russo — Foto: Finbarr O’Reilly/The New York Times
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Novos mísseis ATACMS são as mais novas armas usadas pela Ucrânia contra a Rússia — Foto: Reprodução
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Os Estados Unidos enviaram secretamente uma nova versão de longo alcance do sistema ATACMS para a Ucrânia em abril de 2024 — Foto: Exército dos EUA/The New York Times
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Embora não seja possível afirmar com precisão todos os armamentos utilizados por Kiev, analistas já identificaram veículos de infantaria blindados Bradley, dos Estados Unidos, e Marder, da Alemanha; países apoiaram incursão ucraniana no território russo
Os países ocidentais acusam há muito tempo a Rússia de prender seus cidadãos para usá-los como moeda de troca para garantir a libertação de supostos espiões e cibercriminosos russos presos na Europa e nos Estados Unidos. Putin disse na semana passada que analisaria o caso de Vinatier depois que um jornalista francês o questionou sobre o assunto durante uma coletiva de imprensa. Ele disse que não sabia nada sobre Vinatier, mas prometeu investigar o caso.
“E se houver a menor chance de resolver essa questão favoravelmente, se a lei russa permitir, faremos todo o possível”, disse Putin.
O Kremlin afirmou no fim de semana que Putin estava “pronto” para dialogar com o líder francês. Isso aconteceu depois que Macron levantou a possibilidade de conversar em breve com Putin, em meio a uma série de negociações diplomáticas sobre a guerra na Ucrânia. Macron pediu à Rússia que liberte Vinatier, afirmando que ele está sendo detido injustamente e que a “propaganda” contra ele “não corresponde à realidade”.
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Ele é apenas um dos ocidentais presos na Rússia depois que Putin lançou uma ofensiva total contra a Ucrânia em fevereiro de 2022. Diversos cidadãos americanos foram presos e posteriormente libertados em negociações intermediadas tanto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quanto por seu antecessor, Joe Biden.
No caso original, os promotores acusaram Vinatier de coletar informações militares sem se registrar junto às autoridades russas – algo pelo qual ele se desculpou e disse desconhecer que era obrigado a fazer. Ao falar em russo durante o julgamento, ele disse que em seu trabalho sempre tentou “representar os interesses da Rússia nas relações internacionais”.
Em breves declarações enquanto era conduzido pela polícia para fora de uma audiência judicial na capital russa este ano, Vinatier disse estar “cansado” e que se sentia como se estivesse sendo tratado como moeda de troca. Moscou tem usado supostas violações da lei de “agentes estrangeiros” para prender pessoas antes de aplicar acusações mais graves — como aconteceu com Vinatier.