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sexta-feira, dezembro 26, 2025

Rússia faz ‘proposta’ para libertar pesquisador preso no país: ‘Bola está com a França’

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A Rússia fez uma oferta à França em relação a um pesquisador preso que enfrenta acusações de espionagem que podem resultar em uma pena de até 20 anos de prisão, informou o Kremlin nesta quinta-feira. A inesperada manifestação pública gerou esperanças na família de Laurent Vinatier de que ele pudesse ser libertado em breve. Isso ocorreu no mesmo momento em que a Rússia e a França expressaram interesse em possíveis conversas entre os presidentes Vladimir Putin e Emmanuel Macron.

Macron está “totalmente mobilizado” para obter a libertação de Vinatier “o mais rápido possível”, afirmou seu gabinete, insistindo que o pesquisador está sendo detido “arbitrariamente”. Vinatier, de 49 anos, que trabalha para uma ONG suíça de mediação de conflitos, foi preso em junho de 2024 e cumpre pena de três anos por não se registrar como “agente estrangeiro”. Ele agora enfrenta novas acusações de espionagem. Vinatier está entre vários cidadãos ocidentais que, segundo seus governos, estão sendo mantidos como reféns.

“Houve contatos apropriados entre o nosso lado e os franceses. De fato, uma proposta foi feita aos franceses a respeito de Vinatier”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres, incluindo a AFP. Ele não deu detalhes, mas acrescentou que “a bola agora está com a França”.

A família de Vinatier afirma que ele é vítima das tensões entre Moscou e Paris devido à guerra na Ucrânia. Frederic Belot, advogado da família, disse que esperava que Vinatier pudesse ser libertado até o Natal Ortodoxo, em 7 de janeiro. Ele afirmou que uma troca de prisioneiros era possível, mas que queria ser “extremamente prudente”. A mãe do pesquisador, Brigitte Vinatier, disse à emissora BFMTV que seu filho estava bem e era “resiliente”.

Os países ocidentais acusam há muito tempo a Rússia de prender seus cidadãos para usá-los como moeda de troca para garantir a libertação de supostos espiões e cibercriminosos russos presos na Europa e nos Estados Unidos. Putin disse na semana passada que analisaria o caso de Vinatier depois que um jornalista francês o questionou sobre o assunto durante uma coletiva de imprensa. Ele disse que não sabia nada sobre Vinatier, mas prometeu investigar o caso.

“E se houver a menor chance de resolver essa questão favoravelmente, se a lei russa permitir, faremos todo o possível”, disse Putin.

O Kremlin afirmou no fim de semana que Putin estava “pronto” para dialogar com o líder francês. Isso aconteceu depois que Macron levantou a possibilidade de conversar em breve com Putin, em meio a uma série de negociações diplomáticas sobre a guerra na Ucrânia. Macron pediu à Rússia que liberte Vinatier, afirmando que ele está sendo detido injustamente e que a “propaganda” contra ele “não corresponde à realidade”.

Ele é apenas um dos ocidentais presos na Rússia depois que Putin lançou uma ofensiva total contra a Ucrânia em fevereiro de 2022. Diversos cidadãos americanos foram presos e posteriormente libertados em negociações intermediadas tanto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quanto por seu antecessor, Joe Biden.

No caso original, os promotores acusaram Vinatier de coletar informações militares sem se registrar junto às autoridades russas – algo pelo qual ele se desculpou e disse desconhecer que era obrigado a fazer. Ao falar em russo durante o julgamento, ele disse que em seu trabalho sempre tentou “representar os interesses da Rússia nas relações internacionais”.

Em breves declarações enquanto era conduzido pela polícia para fora de uma audiência judicial na capital russa este ano, Vinatier disse estar “cansado” e que se sentia como se estivesse sendo tratado como moeda de troca. Moscou tem usado supostas violações da lei de “agentes estrangeiros” para prender pessoas antes de aplicar acusações mais graves — como aconteceu com Vinatier.

[Fonte Original]

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