Após o revés na medida provisória 1.303, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desistiu da viagem que faria na próxima semana para Washington, nos Estados Unidos, em que iria participar do encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, além dos compromissos com a Trilha Financeira do G20.
Na próxima semana, o ministro “permanecerá no cumprimento de agendas oficiais no Brasil”, segundo a assessoria de imprensa da pasta. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já afirmou nesta quinta-feira (9) que deve convocar uma reunião na próxima semana com seus ministros para discutir alternativas à MP do IOF.
“Eu volto na quarta-feira e aí, sim, eu vou reunir o governo para discutir como é que a gente vai propor que o sistema financeiro, sobretudo as fintechs, que tem fintech maior que banco, que elas paguem o imposto devido a esse país”, afirmou Lula em entrevista para uma rádio da Bahia.
Haddad deve apresentar para o presidente um rol de medidas para substituir a perda de arrecadação esperada com a MP do IOF em 2026, que era cerca de R$ 20,9 bilhões em novas receitas e R$ 10,7 bilhões em economia de despesa, segundo o Ministério da Fazenda.
“Essa é a orientação que o presidente Lula deu desde o primeiro dia do mandato. Ele não vai abrir mão do fiscal, das contas públicas, mas não vai abrir mão do social”, disse mais cedo o chefe da equipe econômica.
Havia a expectativa que Haddad aproveitasse a ida a Washington para se reunir com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, para tratar do tarifaço imposto pelo país aos produtos brasileiros.
A secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, será a representante de Haddad na viagem oficial.