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terça-feira, outubro 14, 2025

FMI eleva previsão de crescimento do Brasil em 2025, mas reduz para 2026

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima a projeção de crescimento da economia brasileira para 2025, mas reduziu a estimativa para 2026, em decorrência do impacto das tarifas mais altas sobre as exportações do país para os Estados Unidos. Segundo o novo relatório Panorama Econômico Mundial (WEO, na sigla em inglês), divulgado nesta terça-feira, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve avançar 2,4% em 2025 e 1,9% em 2026.

O resultado representa uma alta de 0,1 ponto percentual em relação à revisão anterior, de julho, enquanto a projeção para 2026 foi reduzida em 0,2 ponto percentual. O Fundo observa que as condições externas estão se tornando mais desafiadoras para as economias emergentes e, em alguns casos, o impulso doméstico vem perdendo força. No Brasil, por exemplo, surgem sinais de moderação em meio a políticas monetária e fiscal restritivas.

“Tarifas mais altas impostas pelos EUA estão reduzindo a demanda externa, com implicações profundas para várias grandes economias orientadas para exportação, enquanto a maior incerteza sobre a política comercial está diminuindo o apetite das empresas por investimento”, diz o FMI. “Ao mesmo tempo, o espaço fiscal restrito está reduzindo a capacidade dos governos de estimular a demanda doméstica quando necessário.”

As previsões do FMI são mais otimistas do que a mediana das projeções de economistas dos mercados. No relatório Focus, do Banco Central, divulgado na segunda-feira, a expectativa é que o PIB do país cresça 2,16% neste ano. Para 2026, a projeção é de expansão de 1,8%, mais próxima da estimativa do Fundo.

O Fundo também revisou para cima, para 5,2% a previsão de inflação no Brasil em 2025. Segundo o relatório, a estimativa reflete a estabilização das expectativas de que o IPCA ficará acima da meta, evidenciando desafios de credibilidade fiscal do governo herdados do ano passado. O FMI ressalta, porém, que a valorização recente do real deve ajudar a aliviar a pressão inflacionária no final de 2025 e ao longo de 2026.

Além disso, o relatório chama atenção para o papel do Brasil na dinâmica dos preços das commodities agrícolas. O índice de preços de alimentos e bebidas do FMI caiu 4,8% entre março e agosto de 2025, com destaque para a queda de 16,7% nos preços do café, após a melhora nas perspectivas de oferta no Brasil — o maior produtor global — e o aumento da incerteza em torno das tarifas norte-americanas.

Apesar da tendência de queda, o Fundo relata que os preços do café subiram temporariamente em agosto, após as tarifas impostas pelos EUA ao Brasil, que provocaram interrupções no comércio. Já os preços do milho caíram 11,9%, pressionados pela grande colheita brasileira no segundo trimestre e pelas boas condições das lavouras nos EUA.

Para a América Latina e no Caribe, o FMI projeta crescimento de 2,4% em 2025, um aumento de 0,2 ponto percentual em relação à atualização de julho, seguido por leve desaceleração para 2,3% em 2026 (queda de 0,1 ponto).

“Para a região como um todo, uma previsão para este ano e o próximo que é cumulativamente 0,5 ponto percentual menor do que a prevista no WEO de outubro de 2024 reflete mudanças na política comercial e incertezas”, afirma o Fundo.

Entre as economias emergentes, o FMI prevê expansão de 4,2% em 2025 e 4% em 2026, praticamente estável em número que se manteve estável em relação aos relatórios mais recentes. O WEO destaca que o grupo de países emergentes — excluindo a China — teve crescimento acima do esperado na primeira metade de 2025, impulsionado, em parte, pela produção agrícola recorde no Brasil.

[Fonte Original]

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