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domingo, junho 16, 2024

Dólar avança e termina acima de R$ 5,15 com exterior e ruídos locais no radar

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O dólar comercial exibiu apreciação consistente, em um dia em que o real apresentou um dos quatro piores desempenhos da sessão, do ranking das 33 moedas mais líquidas. Na avaliação de operadores e estrategistas, o cenário externo, com a ata do Federal Reserve (Fed) mostrando um BC mais conservador e dados de inflação piores no Reino Unido deram espaço para a abertura das curvas de juros globais e para um dólar mais fortalecido. Além disso, houve menção à queda dos preços das commodities (tanto energéticas, quanto metálicas), que explicariam o pior desempenho de divisas ligadas a tais matérias-primas.

A percepção de risco localmente, ainda, forneceu apoio adicional à moeda americana, em meio a declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre política monetária.

Terminadas as negociações de hoje, o dólar comercial registrou alta de 0,78%, a R$ 5,1563, depois de ter tocado a mínima de R$ 5,1353 e encostado na máxima de R$ 5,1640. Já o euro comercial exibiu apreciação de 0,46%, a R$ 5,5796. O real também foi penalizado contra moedas emergentes, caindo 0,30% ante o peso mexicano e 0,38% contra o peso colombiano. Perto das 17h05, no exterior, o índice DXY avançava 0,26%, aos 104,934 pontos.

Pela manhã, antes mesmo da abertura dos mercados locais, o dólar já exibia valorização no exterior. Depois dos recentes comentários mais conservadores dos integrantes do Federal Reserve (Fed), a moeda americana abandonou o movimento de depreciação que vinha apresentando ao longo do mês de maio. Para ajudar, hoje, a ata da última reunião do BC americano mostrou uma autarquia conservadora, com integrantes dispostos a voltar a subir os juros, caso o cenário indique necessidade.

Além disso, dados mais fortes de inflação no Reino Unido (em especial do núcleo de inflação) alimentaram ainda mais o temor de que as taxas globais possam ficar elevadas por muito mais tempo para conter a alta de preços persistente. “Isso acaba gerando uma preocupação com a política monetária dos países desenvolvidos”, diz o estrategista-chefe da EPS Investimentos, Luciano Rostagno.

Segundo o executivo, nesse contexto de dados piores de inflação no Reino Unido e de Fed mais conservador, surge uma cautela que penaliza os preços das commodities. “Não vimos nenhum indicador econômico que justificasse essa desvalorização do preços de commodities. Então, me parece estar mais atrelada à percepção de que o Fed pode sinalizar que o ciclo de corte de juros tende a demorar mais, portanto, vai ser necessário desacelerar mais a economia americana”, afirma. “E nossa moeda é altamente correlacionada com os preços de commodities, então acabamos sentindo também.”

Mas não é só o ambiente externo que explica a forte apreciação do dólar nesta quarta-feira. Rostagno lembra que as incertezas em torno dos próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom) e dos debates fiscais têm elevado a volatilidade do real, ainda que de forma leve. “O que percebemos é que, nos momentos em que o cenário externo está tranquilo e aqui não tem outro catalisador, o real performa melhor do que a média dos emergentes, porque temos um prêmio na curva de juros que é bastante atraente para o investidor estrangeiro”, afirma. “Por outro lado, quando há aversão a risco, como ocorre hoje, vemos o real perder mais do que a média de emergentes, porque justamente esses ruídos locais acabam afastando o estrangeiro, que deixa de entrar no nosso mercado ou até opta por sair.”

Mais cedo, o dólar chegou a bater R$ 5,16 e operadores mencionaram comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como um possível catalisador. O ministro afirmou que os ruídos de um mês para cá foram “patrocinados” e diz avaliar que há espaço para a continuidade de um ciclo de cortes de juros no Brasil.

Em nota a clientes, estrategistas e economistas do Deutsche Bank apontaram que olhando para os fundamentos, o real se mostra mais atrativo do que os juros brasileiros. “O principal obstáculo, tal como em ciclos viciosos anteriores, tem sido a saída de capital. Na realidade, tais saídas atingiram máximas históricas nos últimos meses, enquanto exportadores mantiveram um nível de dólares recorde em reservas no exterior (offshore)”.

Hoje dados do Banco Central sobre o fluxo cambial mostraram que em mais uma semana houve saída de capital do país. No período entre os dias 13 a 17 de maio, houve fluxo negativo de US$ 745 milhões, resultado da saída de US$ 650 milhões via conta financeira e de US$ 95 milhões via conta comercial.

[Fonte Original]

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