Membros do governo de Donald Trump deram sinais conflitantes neste domingo (27) sobre a existência de negociações dos Estados Unidos com a China a respeito de tarifas, que o presidente disse estarem ocorrendo.
A administração de Trump sinalizou abertura para arrefecer a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, que causou temores sobre a possibilidade de uma recessão.
Trump disse que estão acontecendo conversas com a China a respeito das tarifas, e que ele e o presidente Xi Jinping tinham se falado. No entanto, Pequim negou que quaisquer negociações comerciais estejam ocorrendo.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, uma figura-chave nas relações comerciais com diversos países, afirmou neste domingo que interagiu com a autoridade correspondente do governo chinês na última semana durante encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, mas que eles não discutiram as tarifas.
Em uma entrevista separada, o secretário de Agricultura, Brooke Rollins, disse que os Estados Unidos estavam tendo conversas diárias com a China a respeito do assunto. “Todos os dias nós estamos em diálogo com a China, bem como com os outros 99, 100 países que sentaram à mesa”, disse Rollins no programa State of the Union, da CNN.
Questionado no This Week, da ABC, Bessent não respondeu diretamente. “Eu interagi com o representante do governo chinês, mas falamos mais a respeito de assuntos tradicionais, como estabilidade financeira, sinais sobre a economia global. Eu não sei se o presidente Trump conversou com Xi (Jinping)”, ele afirmou.
Bessent, que disse na semana passada que as negociações com Pequim seriam “arrastadas”, não estabeleceu um cronograma para um potencial entendimento com a China. Ele disse que um acordo comercial poderia levar meses, mas que o arrefecimento e um entendimento potencial poderiam ser atingidos mais cedo, o que manteria as tarifas longe de seu limite máximo.
O imbróglio das tarifas de Trump, errático e por vezes confuso, atingiu alguns dos maiores parceiros comerciais dos EUA, como Canadá, México e China. O resultado tem sido uma volatilidade quase sem precedentes no mercado financeiro e um sério abalo na confiança dos investidores a respeito dos ativos dos Estados Unidos.