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Três casos suspeitos de gripe aviária em galinhas de subsistência em Nova Brasilândia (MT), Gracho Cardoso (SE) e Triunfo (RS), que estavam sob análise, deram negativo. A informação foi divulgada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (16). Amostras coletadas em Aguiarnópolis, no Tocantins e em Ipumirim, no Oeste de Santa Catarina, além de outras três de aves de subsistência estão em andamento. Com a ausência de novos casos, o Brasil espera retomar as exportações para países que fecharam mercado após 28 dias, a partir da desinfecção completa do local do foco.
“O nosso sistema de sanidade é robusto e eficiente. Não à toa, o vírus circula no mundo há 19 anos e só agora chegou aqui. Já fizemos 2.500 testes desde 2023 e todos deram negativo. Estamos confiantes de que haja uma volta gradativa a normalidade nas exportações após os 28 dias”, diz Carlos Fávaro, ministro da Agricultura.
Segundo o chefe da pasta, a desinfecção do segundo aviário da granja onde foi confirmada a presença do vírus, em Montenegro, no Rio Grande do Sul, será finalizada nesta terça-feira (20). Na quarta, começará uma contagem de 28 dias de monitoramento da situação.
Se ao final deste período, o Brasil não tiver registrado mais nenhum caso, o país emite um relatório para a Organização Mundial da Saúde (OMS) com os detalhes de ação de desinfecção e se autodeclara livre da gripe aviária. “À medida que esses dias forem passando, a confiança do mercado começa a acontecer e a regionalização acontece. Isto é, a proibição se volta completamente para o estado com foco do vírus e não mais para o Brasil como um todo”, afirmou o ministro.
A reabertura de mercados importadores da carne de frango do Brasil não acontece simultaneamente com o reconhecimento do Brasil como país livre de gripe aviária pela OMS. Até agora, dos 160 países compradores da proteína brasileira, 11 já se manifestaram sobre a ocorrência do vírus no país. Destes, China, México, Coreia do Sul, Chile, Canadá, Uruguai, Malásia e Argentina e a União Europeia tiveram as importações interrompidas. Neste caso, os países e o bloco seguem o protocolo de certificação de país livre de gripe aviária, e o Brasil, assim que confirmou o caso, atualizou o documento e os embarques foram paralisados.
África do Sul, Rússia, Peru, Bolívia, Marrocos, República Dominicana, Paquistão e Siri Lanka devem anunciar o fechamento do mercado para carne de frango do Brasil em breve por causa do mesmo protocolo. “Mesmo que eles não se manifestem, deixamos de exportar. Não é um auto embargo, temos que parar”, diz Carlos Goulart, secretário de Defesa Agropecuária.
Japão e Singapura interromperam as compras de carne de frango apenas de Montenegro, local foco da doença. “Antes da visita do presidente Lula ao Japão, o país teria fechado para o Brasil todo, e hoje fecharam só para RS. Essa confiança foi construída ao longo dos últimos dois anos. Estávamos fazendo a revisão do protocolo com a China, mas não deu tempo”, disse Fávaro.
Sobre a variação dos preços da carne de frango e ovos no mercado interno, Fávaro afirmou que não haverá impacto significativo para o consumidor. “Não podemos comemorar a crise. A experiência mostra que os preços não vão baixar e nem aumentar, até porque é possível que, no período de 28 dias, as restrições diminuam. O preço dos ovos já caiu, independente da crise”, disse.
No caso dos ovos, cujo volume exportado corresponde a 0,9% do que é produzido no Brasil, apenas os Estados Unidos interrompeu as importações de material genético.