Cerca de 330 milhões de pessoas em mais de 150 países estão sob a ameaça de nuvens escuras de areia e poeira. O fenômeno engole tudo que tem pela frente causando enormes estragos.
Esse 12 de julho, marca o Dia Internacional de Combate às Tempestades de Areia e Poeira. A data serve para estimular a cooperação na previsão desses fenômenos e mitigação dos impactos negativos.
Países e regiões mais afetados
De acordo com o boletim mais recente da Organização Meteorológica Mundial, OMM, todos os anos, cerca de 2 bilhões de toneladas de areia e poeira entram na atmosfera. O número equivale a 307 Grandes Pirâmides de Gizé.
O pico anual estimado de concentração média de poeira na superfície foi localizado no Chade. No Hemisfério Sul, o valor mais alto foi identificado em partes da Austrália central e na costa oeste da África do Sul.
As regiões mais vulneráveis ao transporte de poeira de longo alcance são o norte do Oceano Atlântico tropical, entre a África Ocidental e o Caribe, a América do Sul, o Mar Mediterrâneo, o Mar Arábico, a Baía de Bengala e o centro-leste da China.
Em 2024, o transporte transatlântico de poeira africana invadiu partes da região do Mar do Caribe.
Durante o ano passado, grandes tempestades de areia afetaram as Ilhas Canárias, na Espanha, o norte da China, incluindo a capital Pequim, e a península árabe, afetando áreas do Iraque, Kuwait e Catar.
Uma tempestade de areia, conhecida localmente como haboob, se forma sobre um complexo da ONU no norte de Darfur, no Sudão.
Fatores induzidos pelo ser humano
As tempestades de areia e poeira são um elemento essencial dos ciclos bioquímicos naturais da Terra, mas também são causadas em parte por fatores induzidos pelo ser humano, incluindo mudanças climáticas e gestão insustentável da terra e da água.
Por sua vez, as tempestades de areia e poeira contribuem para as mudanças climáticas e a poluição do ar. Elas também aceleram a desertificação, a degradação do solo e a perda de biodiversidade, criando desafios de sustentabilidade que perturbam as economias e impedem o desenvolvimento.
Na quinta-feira, a Assembleia Geral da ONU realizou um encontro de alto nível sobre o tema, abordando as consequências ambientais, sociais e econômicas desse fenômeno.
Mortalidade por poluição
Dentre as principais preocupações está a degradação de terras aráveis por meio da erosão do solo, ameaçando a segurança alimentar e os meios de subsistência rurais.
Outro perigo abordado nos debates foi o aumento da poluição do ar, impulsionando doenças respiratórias, problemas cardiovasculares e aumento da mortalidade.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, OMS, a exposição a partículas transportadas pelo ar, inclusive em tempestades de areia e poeira, contribui para aproximadamente 7 milhões de mortes prematuras a cada ano.