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quarta-feira, novembro 5, 2025

Copom deve manter Selic parada em 15% em meio à pressão do governo por cortes de juros

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Com pressões renovadas do governo para uma redução nos juros e falas quase diárias do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, neste sentido, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia sua decisão de política monetária nesta quarta-feira, após o fechamento dos mercados. E, mesmo com as cobranças, deve manter a taxa básica de juros Selic parada em 15%.

Essa é a aposta consensual no mercado, que deve mostrar atenção especial à comunicação e às projeções de inflação do colegiado. Isso porque os investidores tentam, neste momento, calibrar as apostas sobre quando o ciclo de cortes na taxa Selic deve começar.

Como mostrou pesquisa do Valor com 120 instituições financeiras e consultorias no início da semana, a maioria das projeções dos economistas de mercado aponta para um início de redução na Selic em janeiro. No entanto, tem crescido a expectativa de que os juros possam começar a cair em março. Um corte em dezembro, que chegou a ser debatido pelo mercado meses atrás, tem apoio de uma pequena parcela dos investidores.

Projeções de inflação

Assim como na reunião passada, as projeções do Copom para o IPCA no horizonte relevante (segundo trimestre de 2027) devem ser as protagonistas da decisão.

Em setembro, o BC alterou suas projeções relativas ao hiato do produto e, assim, a estimativa para o IPCA no horizonte relevante (segundo trimestre de 2027) ficou em 3,4%, enquanto boa parte do mercado esperava um número mais baixo.

Na reunião de hoje, o mercado volta a estimar números mais baixos (entre 3,2% e 3,3%), embora o Itaú avalie que o número pode permanecer em 3,4% caso a autoridade monetária coloque na conta o impacto das mudanças no Imposto de Renda.

Caracterização da inflação

Para a economista Cassiana Fernandez, do J.P. Morgan, será importante observar quanto de progresso qualitativo o BC irá reconhecer no comunicado.

“Desde a última reunião, a economia segue mostrando fraqueza, e tanto o núcleo do IPCA quanto o de serviços têm exibido sinais incrementais de desaceleração; as expectativas de inflação para este ano e para os três seguintes caíram; e os preços das commodities recuaram. Se o BC deixar de reconhecer esse progresso, especialmente por meio de suas projeções, isso sinalizará que o BC dificilmente cortará os juros na reunião de dezembro”, diz a economista, cujo cenário-base aponta para um corte no fim do ano.

‘Bastante prolongado’

A sinalização do colegiado de que manterá a Selic parada em 15% por um período “bastante prolongado” é outro ponto que deve ser observado pelos investidores. A maior parte do mercado não espera que esse trecho seja retirado da comunicação, mas eventuais mudanças podem servir para debates no mercado.

[Fonte Original]

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