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quarta-feira, novembro 5, 2025

Crescimento do agronegócio depende de inovação e novas formas de financiamento, afirmam especialistas

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Com potencial para dobrar seu peso na economia nacional, o agronegócio brasileiro deve apostar em novas formas de financiamento e inovação tecnológica como estratégias para reduzir riscos e preservar a rentabilidade. Essa foi a avaliação de especialistas que participaram do Agro Horizonte, evento realizado por Globo Rural e Valor Econômico e em parceria com a Corteva em Brasília, com o apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

O diretor-executivo de Negócios, Crédito e Produtos do Sicredi, Gustavo Freitas, avaliou que o cenário do crédito rural tem sido desafiador para o produtor. Na visão dele, o setor passa por um momento de transição e ajustes estruturais. “Temos juros altos, custo elevado para rolar dívidas e um nível de alavancagem que aumentou muito nos últimos anos”, argumentou.

Freitas relatou que a alta dos juros, hoje acima de 15% ao ano, tem comprimido as margens dos produtores, especialmente em regiões afetadas por choques climáticos. Segundo ele, as cooperativas de crédito têm adotado estratégias locais para manter o suporte aos associados. “O que acontece no Sul é muito diferente do Centro-Oeste, mas há um ponto comum: a pressão sobre as margens. Temos tratado cada realidade conforme suas particularidades.”

Para enfrentar os desafios do momento, o assessor especial da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Ângelo Mazzillo Júnior, defendeu a criação de um fundo de estabilização e de uma entidade permanente de inteligência de riscos para o agronegócio brasileiro. Segundo ele, o país precisa abandonar modelos de política agrícola da década de 1970 e construir um sistema moderno de gestão, capaz de enfrentar choques climáticos, instabilidade de preços e distorções estruturais no crédito rural.

“Durante o boom das commodities, todos acharam que o produtor conseguiria pagar as contas. Só que o cenário mudou. A oferta mundial aumentou, as margens estão se comprimindo e os preços se estabilizando em patamares menores. É preciso recalibrar a política pública antes que o produtor seja sufocado”, alerta.

Seguro e investimentos privados

Além do crédito rural mais caro, o seguro também tem impacto nas decisões no campo. Para o head da Swiss Re e presidente da Comissão de Seguros Rurais da Fenseg, Glaucio Toyama, os produtores devem se planejar também para o risco de redução do programa de subvenção em 2025. Ele destacou que o orçamento brasileiro para o seguro agrícola deve cair de US$ 200 milhões para cerca de US$ 100 milhões, e que o setor deve focar nessa reestruturação.

Os especialistas e autoridades reunidas no Agro Horizonte, no entanto, avaliam que o investimento privado e o uso de novas tecnologias devem ganhar ainda mais importância no aumento da produtividade.

André Guillaumon, CEO da BrasilAgro, pondera que a expansão da conectividade no campo e o uso crescente de tecnologias digitais devem redefinir a estrutura do crédito e do seguro rural no Brasil, reduzindo riscos e custos operacionais.

“O agronegócio está entrando em uma nova onda de inovação transformadora. Agora, a tecnologia não é apenas de sementes ou insumos, mas de dados e conectividade. Isso vai mudar a forma de gerir riscos e financiar a produção”, garante.

[Fonte Original]

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