Robson Ribeiro/Relargada/Divulgação
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No domingo, 9, os olhos do país — e do mundo — estarão voltados para Interlagos, palco do Grande Prêmio São Paulo de Fórmula 1. Entre eles, o de Rubens Barrichello. O piloto acompanhará de perto a volta de um brasileiro ao grid paulistano após oito anos de hiato: Gabriel Bortoleto, da Sauber. “Falam que somos o país do futebol, mas a verdade é que a gente tem muita velocidade no samba”, diz Rubinho.
O atual piloto da Nascar Brasil e da Stock Car falou com exclusividade à Forbes Brasil horas antes dos treinos da Nascar no Autódromo Velocitta, em Mogi Guaçu, no interior de São Paulo. A conversa aconteceu em uma semana especialmente movimentada para o piloto.
Além da expectativa pelo GP em São Paulo, no qual ele confirma presença no domingo, Barrichello foi apresentado como novo embaixador da Racon Consórcios — marca da Rands, vertical de soluções financeiras e serviços da Randoncorp. O anúncio reforça a conexão do ex-Fórmula 1 com temas como mobilidade e planejamento, agora também fora das pistas. A marca também patrocina o piloto.
Do autódromo no interior paulista às arquibancadas cheias de Interlagos, o fio condutor é a mesma paixão que mantém Barrichello na ativa. Na entrevista rápida — como as aceleradas do automobilismo —, ele fala sobre o que o move a continuar competindo, a relação com os carros dentro e fora das pistas e a importância do Grande Prêmio São Paulo para a cidade e para o país.
Forbes: Após deixar a Fórmula 1 você continua a pilotar. O que te faz continuar e te motiva a não sair das pistas?
Rubens Barrichello: Tenho uma paixão muito grande pelo que faço. Enquanto eu tiver habilidade física e, principalmente, saúde mental para chegar numa pista e sentir gratidão de estar ali, eu vou fazer. Hoje deixei meu filho em casa e falei: “o pai te vê no domingo”. Para deixar um filho em casa, viajar o ano inteiro, e vir para a pista, tem que gostar muito. Sinto muita gratidão por ter me encontrado. Meu pai sempre falou: “vá e volte igual”. Chego à pista com satisfação enorme e cheio de vontade. Um dia isso deve diminuir. Meus amigos acham que sou louco pela minha idade [53 anos] e por toda essa gana, mas é a vontade que não para.
Forbes: E quando falamos de carro. Que tipo de carro e motor te movem?
Rubens Barrichello: Quando você tem dois filhos, precisa de espaço, mas também precisa ser potente. Sempre fui esse cara que mesclava esses dois mundos. Hoje sou embaixador da Audi, até porque é um carro que sempre gostei muito. Na rua, carro é uma conquista. Você não senta num carro novo e sai andando rápido. Tem aprendizado, como tudo na vida. É como um cavalo: você tem que domar. É oportunidade e gratidão, mas também um sentimento de “peraí, tem que conhecer um pouquinho mais para avançar na velocidade”.
Forbes: Estamos a poucos dias do Grande Prêmio São Paulo de Fórmula 1. O que você espera da corrida? Na sua visão, qual a importância dela para o Brasil?
Rubens Barrichello: O GP é muito importante para São Paulo e a gente sempre tem casa cheia, mesmo com ausência de um brasileiro. Este ano a gente volta a ter um brasileiro na Fórmula 1 [Gabriel Bortoleto], então os olhares estão muito voltados a isso. Acho que a casa vai estar cheia; estarei lá no domingo, sem dúvida. É gostoso. Falam que somos o país do futebol, mas a verdade é que a gente tem muita velocidade no samba. Para mim, tranquilo é quando estou no carro, assistindo eu fico nervoso. Fora do carro é muito mais trabalhoso.