Um dos termos mais frequentes no noticiário de tecnologia nos últimos meses foi inteligência artificial (IA). Era difícil passar um dia sem qualquer novidade ou polêmica envolvendo essas ferramentas automatizadas.
A importância é tamanha que ela está hoje incorporada em serviços populares do cotidiano, ajudou empresas a decolarem em finanças e gera opiniões bem variadas, dos entusiastas aos críticos. Os “arquitetos da IA” chegaram até a ganhar o título de Pessoa do Ano da prestigiada revista Time.
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Para ajudar você a relembrar o que tornou esse assunto tão popular neste ano, o TecMundo selecionou abaixo alguns dos principais acontecimentos da indústria da IA em 2025.
1. O fenômeno DeepSeek
Logo no início do ano, um modelo de linguagem chinês nada conhecido anteriormente fez muito barulho e assustou as gigantes. É o DeepSeek, que em pouco tempo virou um dos queridinhos da indústria.
Com um desempenho alto e muita economia no treinamento em comparação aos rivais, o DeepSeek provou que manter uma IA poderia ser sustentável e algo aberto. Porém, ela perdeu forças ao longo do ano e hoje é só mais um peixe mais discreto no oceano desse mercado.
2. A nova Alexa, a velha Siri
Em fevereiro, a Amazon lançou a aguardada Alexa+. Essa é a nova versão da popular assistente pessoal da companhia compatível com uma série de dispositivos, usada desde interações até para ser a central de uma casa inteligente.
Disponível via assinatura, a Alexa+ tem IA generativa embutida para fornecer respostas detalhadas, memória sobre preferências do usuário e busca informações em arquivos. Ela ainda não foi lançada no Brasil e saiu com atraso globalmente, após dificuldades técnicas na construção.
Porém, nenhuma gigante teve mais problemas internos no desenvolvimento de uma IA como a Maçã. Para começar, o pacote Apple Intelligence não empolgou, apesar das boas vendas de novos celulares.
Além disso, desde o ano passado, a empresa promete uma Siri “turbinada” com IA, mas não conseguiu entregar nem uma parcela do que foi prometido e ficou muito atrás de rivais nessa área. Um pesquisador ex-Google foi contratado no fim deste ano para tentar salvar o projeto.
3. Meta AI cada vez incorporada
Se o Facebook mudou de nome para Meta ao investir em metaverso, será que ele não deveria fazer a mesma coisa agora? A empresa de Mark Zuckerberg apostou quase todas as fichas em IA em 2025, com contratações milionárias de engenheiros de equipes rivais.
Enquanto a sonhada “superinteligência” continua só no papel, o WhatsApp foi o foco de adições envolvendo IA no ano. O mensageiro ganhou uma integração ainda maior com o serviço, incluindo widget com atalhos, criação de outros chatbots e até um app separado só para a plataforma.
4. Grok, isso é verdade?
A IA da rede social X foi notícia ao longo de quase todo o ano, mas dificilmente por um feito positivo. O chatbot de Elon Musk se envolveu em uma série de controvérsias e até crimes, a maioria por causa de respostas a usuários.

Análises e até respostas da IA confirmaram que ela é programada para ter certos comportamentos, incluindo consultar a opinião de Musk sobre assuntos gerais e elogiar ao máximo o empresário.
Além disso, o Grok espalhou desinformação e discurso de ódio, inclusive com apologia ao nazismo. Ainda assim, a empresa x.AI conseguiu fechar contratos com o governo dos EUA e até a Microsoft.
5. Google e a busca do tempo perdido
A Google começou a corrida da IA generativa e dos chatbots com o pé esquerdo, com o Gemini criticado por erros graves e pouca capacidade em comparação com a concorrência. Porém, a empresa virou o jogo neste ano com uma série de anúncios.
Um deles é também o mais polêmico. Trata-se do AI Mode, um modo de pesquisa totalmente baseado no modelo de linguagem da marca e que dá respostas automatizadas a qualquer pesquisa antes de exibir os resultados tradicionais. Além das imprecisões de sempre, isso pode derrubar ainda mais os acessos a sites.
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Já o anúncio mais bem recebido foi o Nano Banana. Esse é o nome de um editor e criador de imagens usando IA, com alta capacidade para gerar ou editar fotos e ilustrações. O próprio chatbot melhorou bastante, em especial a partir da versão Gemini 3.
6. Mortes ligadas às IAs preocupam
Apesar do primeiro caso público ter sido registrado no ano passado, foi em 2024 que surgiram mais casos de mortes de pessoas que estariam obcecadas com uma IA — em especial o ChatGPT.
Pessoas que tiraram a própria vida depois de conversar muito com o chatbot sobre o tema e até tirar dúvidas sobre métodos viraram várias ações judiciais que serão julgadas em 2026. Como solução, a empresa implementou somente um controle parental mais rígido.
7. OpenAI em busca do lucro
No ano em que o ChatGPT completou três anos, a OpenAI passou por uma montanha-russa de emoções.
Ela finalmente se converteu em uma corporação de benefício público, o que significa que a geração de lucro ficou mais fácil no papel. Na prática, porém, ela ainda deve levar alguns anos para atingir esse patamar — isso enquanto não para de aumentar os próprios gastos.
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Em termos de lançamentos, o GPT-4o é o modelo mais elogiado do ano, com capacidade alta de raciocínio e até análise de vídeos em tempo real. Já o GPT-5 foi recebido de forma mista, inclusive por tratar o usuário de forma menos elogiosa.
O ano também ficou marcado pela chegada polêmica da geração de vídeos pelo Sora 2 e a valorização de mercado recorde para uma startup, de US$ 500 bilhões (cerca de R$ 2,7 trilhões na cotação atual).
8. A explosão dos agentes de IA
A partir do segundo semestre, chatbots generativos ganharam recursos mais avançados e um novo termo passou a ser mais comum no meio. São os agentes de IA, capazes de realizar tarefas complexas e de múltiplas etapas após um comando do usuário.
Essas ferramentas estão ainda em fase de melhoria, mas já são capazes de navegar por sites e até um computador. Entre as companhias, a Microsoft apostou alto nessa área para o Windows 11 e o pacote Microsoft 365, mas o tema deve ser ainda maior no ano que vem.
9. O penta da Nvidia
A Nvidia já era a empresa mais valiosa do mundo desde 2024, quando já bombava ao ser a fornecedora principal de GPUs para servidores de IA. Porém, nos últimos meses ela atingiu um outro patamar de importância e acúmulo de capital.
Em outubro, a empresa de Jensen Huang chegou ao valor de mercado recorde de US$ 5 trilhões (R$ 27 trilhões). O pico foi atingido após anúncios de parcerias, investimentos e declarações de Donald Trump sobre os poderosos chips Blackwell.
10. IA em cibercrimes
Em um ano em que o vibe coding ficou mais popular, cibercriminosos também passaram a adotar cada vez mais a programação automatizada para a criação de ferramentas mal intencionadas, capazes de roubar dados, aplicar golpes e até fazer invasões.
Grupos especializados em ransomware já adaptam IAs para roubo de dados e até negociação de resgate. A Anthropic, do chatbot Claude, detectou um uso ilegal da ferramenta para buscar brechas nos sistemas de vítimas e extrair dados sensíveis.
No começo do ano, a Google encontrou atividades parecidas no Gemini. A boa notícia é que, do outro lado, sistemas de proteção digital também já estão incorporando IA para análises mais rápidas para deter até mesmo esses novos ataques massivos.
11. Acordos bilionários e uma possível bolha
Acordos de valores estratosféricos também agitaram o setor. A OpenAI e a Oracle fecharam uma parceria de US$ 300 bilhões (R$ 1,6 trilhão), enquanto a Nvidia prometeu investir US$ 100 bilhões (R$ 541 bilhões) na dona do ChatGPT. Antes disso, a Oracle confirmou a compra de US$ 40 bilhões (R$ 216 bilhões) em chips da Nvidia para usar no data center da OpenAI.
Ficou confuso com os nomes e valores? É natural, já que foram muitas as negociações entre empresas de chips, infraestrutura e ferramentas de IA, às vezes até com pagamentos quase recíprocos.
Por outro lado, a empolgação também gerou os primeiros grandes questionamentos sobre a viabilidade do mercado. Até mesmo figuras do setor admitiram que a indústria da IA tem características de bolha e pode ser perigosa caso estoure, mas a torcida das marcas é para que os benefícios surjam logo e eliminem esse risco.
12. A formação de uma nova crise de chips
Celulares e computadores devem ficar mais caros ao longo dos próximos meses, já que a indústria de chips de memória agora está em uma nova crise. Esse é um tema que provavelmente vai integrar a retrospectiva de 2026, mas já começou a ser sentido nos últimos meses deste ano.
A escassez é explicada justamente pela IA. Fabricantes estão priorizando a produção de chips para data centers, que têm maior demanda e margem de lucro, reduzindo as pedidas e aumentando os preços para componentes de produtos para o consumidor.
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As memórias avulsas já dispararam em preço, em especial no caso das DRAM. Enquanto marcas como a Micron simplesmente encerraram as atividades para mudar de foco, a Samsung confirmou que os componentes subiram mesmo de valor.
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